Aventura fantástica épica Rei Arthur – A Lenda da Espada (King Arthur: Legend Of The Sword, EUA, 2017), de Guy Ritchie, fracasso de bilheteria, se mostra falho em vários aspectos, ao usar um tom fantasioso, e não sabendo se é um filme épico, de fantasia, ou uma comédia de ação, fazendo uma mistura equivocada e que por mais que tenha uma e outra cena interessante, seria melhor se todo filme fosse exibido em modo forward, como na cena em que mostra a infância de Arthur.
Bons filmes sobre o Rei Arthur andam em falta já faz um bom tempo, por mais que a lenda seja fascinante há séculos, aqui temos mais uma tentativa fracassada. Arthur (Charlie Hunnam) é um jovem das ruas que controla os becos de Londonium e desconhece sua predestinação até o momento em que entra em contato pela primeira vez com a Excalibur. Desafiado pela espada, ele precisa tomar difíceis decisões, enfrentar seus demônios e aprender a dominar o poder que possui para conseguir unir seu povo e partir para a luta contra o usurpador tirano Vortigern (Jude Law), que destruiu sua família.
O prólogo do filme mostra criaturas gigantes e até desproporcional ao cenário, tentando ser um novo O Senhor dos Anéis, passando bem longe disso. O tom fantasioso é declarado, mas ao longo da projeção os magos são simplesmente esquecidos, prevalecendo apenas um polvo bizarro que dentre outros poderes é capaz de acelerar uma vazante. Em seguida o filme ganha uma trilha sonora moderna, tenta dar outra pegada, algo parecido com Game Of Thrones, até porque parte do elenco coadjuvante foi tirado da excelente série (Aidan Gillen, Michael McElhatton e Eline Powell), o que dão outra vibe para o filme, pois é impossível não associar seus personagens deste filme aos vividos por eles na Série de TV. O longa faz inclusive referência ao Moisés bíblico quando Arthur ainda criança é encontrado na beira de um rio, após a morte do rei, seu pai Uther Pendragon (Eric Bana).
Em seguida, o filme ganha outro ritmo, acelerado mostrado em poucos minutos toda infância e adolescência do menino rei. O filme apresenta então uma mulher machucada e numa cena bem engenhosa, Arthur explica como resgatou a jovem de vikings e arrecadou moedas. Assim, o filme parece a junção de várias cenas gravadas a esmo, parecendo em alguns momentos clipes musicais. Algumas cenas de batalha são até interessantes devido a alternância de velocidade acelerada e slow motion (câmera lenta), mas perde todo sentido quando Arthur usa superpoderes para destruir os adversários, e por fim o chefão. Algumas imagens parecem vindas de algum game.
Personagens clássicos como Merlin são apenas citados, Guinevere nem dá as caras, a Excalibur não tem a devida atenção, apesar do filme se tratar da tal lenda da espada cuja profecia diz que aquele que conseguisse tirá-la da pedra, seria o próximo monarca.... O título original anteriormente proposto, teria sido mais adequado: Knights of the Roundtable: King Arthur. O Arthur de Hunnam não tem carisma e é levando quase ao posto de super herói, com um roteiro que exige mais de seus dotes físicos que de seu talento de atuação. Eric Bana mostra o de sempre, Jude Law tenta impor medo, mas para o público fica a sensação de que pouco importa o que irá acontecer com os personagens.
O que é digno de elogios mesmo no filme é a trilha sonora de Daniel Pemberton. Destaque para The Life de Gareth Williams, Discovery and Confronted Truth de Ryan Taubert e a fantástica The Devil and The Huntsman de Sam Lee. Há rumores de que este seja o primeira de uma franquia de seis filmes, vamos torcer para que isso não seja verdade, pois seria uma chatice enorme. A dublagem também não está boa, pois a maioria são vozes que já atribuímos a outros atores.
Não sigo muito este tipo de gêneros, mas adorei este filme! É um bom filme para ser visto num sábado, garantida a diversão ao espectador. Este filme é um dos melhores do gênero de drama que estreou o ano passado. É impossível não se deixar levar pelo ritmo da historia. Em https://br.hbomax.tv/movie/TTL612303/Rei-Arthur--A-Lenda-Da-Espada encontrei mais informação sobre o grande elenco do filme, quem fez possível a empatia com os seus personagens em cada uma das situações. Sem dúvida a veria novamente.
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