Páginas

terça-feira, 24 de junho de 2025

Extermínio: A Evolução

 

Thriller de ficção científica dramática, vendido como filme de terror, Extermínio: A Evolução [28 years later, Reino Unido, Estados Unidos, 2025], de Danny Boyle com roteiro de Alex Garland, prova que The Last Of Us precisa "evoluir" muito pra chegar ao nível dessa franquia. Continuação de Extermínio (28 days later, 2003) e Extermínio 2 (28 weeks later, 2007).


Há quase três décadas o vírus da raiva escapou de um laboratório de armas biológicas, e agora, ainda impõe uma quarentena implacável. Algumas pessoas encontraram maneiras de existir em meio aos infectados. Um desses grupos de sobreviventes vive em uma pequena ilha conectada ao continente por uma única passagem fortemente defendida. Ao partirem numa missão, seus integrantes descobrem segredos, maravilhas e horrores que transformaram não apenas os infectados, mas também outros sobreviventes.


Como seria um futuro pós apocalíptico, depois de 30 anos com um vírus da raiva se espalhando? É o que vemos no terceiro filme dessa franquia, que foi tão mal traduzida no Brasil. Enquanto o primeiro filme mostra 28 dias depois do início do vírus, e o segundo filme 28 semanas, agora vemos como anda as coisas 28 anos depois.


O tempo cura algumas feridas, mas outras evoluem com o passar do tempo, quando não são devidamente tratadas. É o que vemos nesse filme dramático, com alta dose de ficção científica e toda adrenalina e suspense de filmes de ação, com efeitos gráficos deslumbrantes, tudo filmado com iphones.


Logo no início, temos uma cena de cinema-colagem construído por recortes de documentários de guerra e filmes de época de meados do século passado, aliado a uma edição picotada nos momentos de ação que enche os olhos. A trilha sonora composta pelo grupo Young Fathers também ajuda a contar a história que não é mais um filme de zumbis correndo e mordendo o povo.


Na trama, acompanhamos a travessia emocional de Spike (Alfie Williams), um jovem moldado não pela experiência social de existência no mundo, mas pela ausência dela. Ou seja, muita coisa ele simplesmente desconhece. Pressionado pelas expectativas rígidas de um pai (Aaron Taylor-Johnson) que enxerga a masculinidade como desempenho e controle, logo é lançado aos absurdos daquele mundo, como quem tenta provar algo que nem ele compreende totalmente. A construção de tensão proposta pelo filme é perfeita e constante, de forma que o filme consegue te deixar ligado em todos os atos.


Será se já não vivemos num mundo onde a socialização foi substituída pela sobrevivência? Um mundo onde drones atacam países inimigos, mas não conseguem ajudar no resgate de uma jovem numa montanha vulcânica? Vivemos literalmente num mundo onde o vírus da ignorância intelectual se espalha com grande facilidade e ganha novos adeptos, cada vez mais "involuídos".


De início, nos identificamos com o pai que quer ensinar ao filho a sobreviver nesse mundo. Ao completar 12 anos, ele leva o garoto para o continente, para que ele mate seus primeiros infectados e enfrente seus medos. No entanto, a figura de herói do pai-herói, logo é desmanchada pelas mentiras que ele conta na festa de retorno, e especialmente pela forma como ele trata a mãe (Jodie Comer), com traições e a mantendo presa em seu quarto com a mente se deteriorando. Aliás, a doença da mãe, funciona como ponto de inflexão emocional, obrigando Spike a confrontar não apenas a brutalidade do mundo exterior, mas também as feridas internas que o definem. Acompanhar e torcer pela "aventura" de um menino que deseja encontrar a solução para a doença de sua mãe, nos cria uma empatia e até um certo carinho pelo longa.


O filme consegue ainda em meio ao caos da violência, trazer poesia, como nas cenas filmadas em meio a lindos jardins floridos, ou em meio a caveiras do que um dia foi vida. As cenas de explosão, destruição e morte ganham um apelo estético muito refinado, o que me faz pensar que há beleza até onde teoricamente não deveria haver. Vemos uma cena épica com o Dr. Kelson (Ralph Fiennes) que confronta o "Memento mori" expressão em latim que significa "lembre-se que você vai morrer" com "Memento Amori", que significa "Lembre-se do amor". Aqui o filme se torna arrebatador.


O texto bíblico sagrado das escrituras traz em Cânticos 8:6b - 7a a seguinte passagem: "...porque o amor é forte como a morte, e duro como a sepultura o ciúme; as suas brasas são brasas de fogo, com veementes labaredas. As muitas águas não podem apagar este amor, nem os rios afogá-lo...". Há muita verdade nisso. O amor, é maior que a morte. Por isso devemos amar uns aos outros, como tanto nos ensinou o Jesus Cristo de Nazaré.


O elenco do filme está excelente. Aaron Taylor-Johnson, Jodie Comer e Alfie Williams estão muito bem no filme, formando um núcleo familiar que mostra-se cada vez mais disfuncional à medida que o enredo se desenvolve. Já Ralph Fiennes surge na pele de um figurão excêntrico a partir da segunda metade - possivelmente, e é o mais interessante dos personagens, interpretado de forma magistral pelo excelente ator.


Ah mas o filme tem zumbis gordos que rastejam... Ah mas os zumbis andam pelados no filme... Ah mas seria impossível um zumbi procriar e parir... Me poupem. o motivo do “Evolução” no título tem uma única explicação que é fazer menção aos chamados “zumbis alfas” que aparecem na trama. No entanto, precisamos evoluir em humanidade. Tudo que aparece no filme, é pra lhe fazer pensar. Assim como os anteriores, não é sobre zumbis, mas sobre a humanidade e como ela não pode ser perdida em meio ao fim do mundo. Quem não gosta de pensar, talvez não goste do filme, pois ele não entrega tudo mastigado, como a maioria dos filmes ao estilo Netflix fazem. O final nos deixa com um desejo enorme por uma continuação. Por mais louco que isso possa parecer.

Segue trailer:


quinta-feira, 19 de junho de 2025

Elio

 


Nova animação de ficção científica da Pixar Elio [Elio, Estados Unidos], de Adrian Molina apresenta uma trama original, para um público viciado em sequencias. Certamente será um sucesso nos streamings e deixará cada vez mais o cinema órfãos de filmes originais.


Elio narra a história de um menino de 11 anos extremamente sonhador, artístico e criativo. Sua dificuldade em se encaixar o torna um garoto solitário, mas muito imaginativo. Ecluso e tímido que sonha em ser abduzido — o que acontece. Sua fascinação pelo espaço e sua obsessão por aliens e vida fora da Terra acabam o levando por engano para Comuniverso, um reino onde opera uma organização interplanetária que abriga representantes de múltiplas e diferentes galáxias. 


Dentro da nave espacial que o capturou, o garoto enfim se sente pertencente, mas a paz inédita é ameaçada por um guerreiro alienígena implacável que quer destruir não só aquela sociedade intergaláctica, como o planeta Terra. A aventura dos sonhos de Elio começa e rapidamente ele é confundido pelas criaturas como o embaixador e líder da Terra. A partir daí, o menino precisa superar confusões e crises intergalácticas, formar laços com vidas alienígenas e descobrir quem ele realmente é e qual é o seu verdadeiro destino.


Erroneamente identificado como o embaixador da Terra e completamente despreparado para esse tipo de pressão, Elio deve criar laços com excêntricas formas de vida alienígenas, sobreviver a uma série de provações e, de alguma forma, descobrir quem ele realmente deve ser. Além de toda aventura, o filme ainda tem o viés educativo e emocional. É um filme da Pixar que literalmente nos leva ao infinito e além.




Veja trailer:


sábado, 14 de junho de 2025

Como Treinar o Seu Dragão

 


Live action Como Treinar o Seu Dragão [How to train your dragon, Estados Unidos, Reino Unido], de Dean DeBlois faz uma adaptação perfeita da animação.

Na acidentada ilha de Berk, onde vikings e dragões são inimigos ferrenhos há gerações, Soluço se destaca. Filho cheio de imaginação, mas negligenciado, do Chefe Stoico, Soluço desafia séculos de tradição quando faz amizade com Banguela, um temido dragão Fúria da Noite. Seu vínculo improvável revela a verdadeira natureza dos dragões, desafiando os próprios fundamentos da sociedade viking.




Com a feroz e ambiciosa Astrid e o peculiar ferreiro Bocão Bonarroto ao seu lado, Soluço confronta um mundo dilacerado pelo medo e por mal-entendidos. Quando uma antiga ameaça reaparece, colocando em perigo tanto os vikings quanto os dragões, a amizade de Soluço e Banguela se torna a chave para forjar um novo futuro. Juntos, eles devem trilhar o delicado caminho em direção à paz, ultrapassando os limites de seus mundos e redefinindo o que significa ser herói e líder.



Destaco que na cena que os dragões atacam Berk, os celulares de todos no cinema receberam o alerta da defesa civil, dando maior veracidade à cena.

Inspirada na série de livros best-seller do “New York Times”, de Cressida Cowell, a franquia Como Treinar o Seu Dragão, da DreamWorks Animation, cativou o público mundial, conquistou quatro indicações ao Oscar, e arrecadou mais de US$ 1,6 bilhão de bilheteria global. Agora, com efeitos visuais de ponta, DeBlois transforma sua adorada saga animada em um espetáculo live-action de tirar o fôlego que dá vida às aventuras épicas de Soluço e Banguela com realismo impressionante, enquanto eles descobrem o verdadeiro significado da amizade, da coragem e do destino.
 

Segue trailer:


terça-feira, 10 de junho de 2025

Terremoto em Lisboa



Num misto de drama, suspense, fatos reais, ficção científica portuguesa Terremoto em Lisboa [O melhor dos mundos, Portugal], de Rita Nunes entrega uma tensão, num longa com temática relevante e atual com uma narrativa instigante. Primeiro filme Português que vejo no cinema.


A trama se passa em Lisboa, no ano de 2027. A sismóloga Marta (Sara Barros Leitão) e o oceanógrafo Miguel formam um casal que discorda sobre diversas opiniões científicas, eles fazem parte de um grupo de cientistas. O conflito entre eles é posto à prova quando dados analisados por Marta apontam para uma probabilidade alta de um enorme sismo atingir Lisboa. Os cientistas ficam indecisos sobre alertar ou não a população para a possível tragédia iminente.

Já era um consenso na comunidade científica que um grande temor voltaria a acometer a capital portuguesa após um terremoto de grandes proporções destruir a cidade em 1755. Indecisos sobre que decisão tomar, o grupo de estudiosos vive um dilema: alertar ou não a população sobre a possível tragédia, causando um pânico generalizado sem necessidade ou salvando muitas vidas, caso as expectativas se concretizem.

Merecem destaque o roteiro preciso e enxuto aliado a uma trilha sonora que mantém o clima de suspense. O longa cumpre seu papel de informar e entreter, no entanto, possa desagrada pelo seu desfecho em aberto, que deixa para o espectador a conclusão, ou quem sabe não vejamos uma sequencia em breve.

Veja trailer:



Ainda Não é Amanhã

 



Drama Ainda Não é Amanhã (Brasil, 2024) de Milena Times que teve sua estreia durante o Festival do Rio, em 2024, na mostra Première Brasil - Novos Rumos, onde conquistou o prêmio de Melhor Atriz para Mayara Santos, e tem direção de fotografia assinada pela artista e diretora cearense Linga Acácio. O filme foi também o grande vencedor dos festivais FestAuranda e Panorama Internacional Coisa de Cinema (2025). 



A trama aposta em um ponto de vista íntimo e mergulha na experiência atravessada pela personagem para abordar os conflitos em torno de uma gravidez indesejada em um país que criminaliza o aborto. Janaína é uma jovem de 18 anos criada pela mãe e pela avó na periferia do Recife. 

Janaína está no primeiro ano da faculdade de Direito, ela é a primeira pessoa da família que consegue acessar a universidade, e está prestes a se tornar a primeira integrante da família a obter um diploma universitário, mas a descoberta de uma gravidez inesperada a força a reavaliar seus sonhos e sua trajetória, ameaçando os planos que ela havia traçado.

Achei o filme bem corajoso em expor uma situação que é tão comum e corriqueira em nossa sociedade, numa temática que enfrenta tabu e hipocrisia o tempo todo. A Sagrada Escritura não tem referências diretas e explícitas em relação ao aborto, ou seja, não existe na Bíblia o mandamento “não abortarás”. Mas é incrível como a bancada dita evangélica adora legislar sobre o corpo da mulher.

Entendo perfeitamente que é Deus quem dá e quem tira a vida. Sou contra o aborto (pra mim que sou homem é mais fácil ser contra), considero um aborto um pecado, tão grave quanto outros pecados, mas entendo perfeitamente situações como a exposta no filme que levam jovens a essa prática. E essas pessoas antes de serem criticadas, devem ser amadas.

Segue trailer:


domingo, 8 de junho de 2025

Luca 10 Anos


Nesse 8 de junho, Luca completou 10 anos de vida, e pudemos celebrar numa linda festa no salão de festas do Naica (morada do Josias e da Cristiane).

Provérbios 10:1 - O filho sábio alegra a seu pai, mas o filho insensato é a tristeza de sua mãe.


Alguns momentos vividos se tornam eternos em nossas lembranças. Os registros fotográficos ajudam demais nesse processo. 


Organizamos essa festa ao longo de um mês. Com poucos recursos, mas muita criatividade, fizemos totens recontado a história do Luca. 


Oferecemos um crachá as crianças, para eles experimentarem uma experiência Minecraft de irem conquistando estrelas à cada desafio proposto.


Na hora dos parabéns, realizamos uma encenação e uma contação de história, inspirada no livro de Max Lucado, Você é Especial. Foi bem interessante.


Na festa, contamos com os quitutes da Vó Bisa, que foram servidos à vontade para os convidados. Teve Quiz do Luca, pintura de cabelo, corrida Minecraft, dentre outras aventuras.

No vídeo, alguns convidados falam sobre o Luca.

Segue mais fotos: