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sexta-feira, 20 de março de 2009

AULA 07: Violência


Violência é um comportamento que causa dano a outra pessoa, ser vivo ou objeto. É o uso excessivo de força. O termo deriva do latim violentia (que por sua vez é amplo, é qualquer comportamento ou conjunto de deriva de vis, força, vigor); aplicação de força, vigor, contra qualquer coisa ou ente.


A Bíblia, apresenta uma vasta coleção de eventos violentos. Nela encontram-se, ao lado de exemplos de virtude, desde assassinatos fratricidas e estupros até periódicas demonstrações de ira divina (dilúvio, pragas do Egito).

A violência é contagiosa. A Bíblia diz em Provérbios 16:29 “O homem violento alicia o seu vizinho, e guia-o por um caminho que não é bom.” Os infiéis tem um apetite de violência. A Bíblia diz em Provérbios 13:2 “Do fruto da boca o homem come o bem; mas o apetite dos prevaricadores alimenta-se da violência.”


Não imite a uma pessoa violenta. A Bíblia diz em Provérbios 3:31 “Não tenhas inveja do homem violento, nem escolhas nenhum de seus caminhos.” Aqueles que são violentos sofrerão violência. A Bíblia diz em Mateus 26:52 “Então Jesus lhe disse: Mete a tua espada no seu lugar; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão.”


A violência na bíblia

Embora tenha exortações claras à não violência, o confronto das sagradas escrituras com a violência não é tão simples nem isento de ambigüidades.

Abstraindo do fato de que mesmo no próprio Evangelho é possível encontrar, ao lado de textos não violentos, outros onde Jesus aparece tomando atitudes que poderiam ser classificadas de "violentas" ou pelo menos "agressivas", a questão se torna ainda mais intrigante e instigante quando se trata do Antigo Testamento.


Este é certamente um dos livros mais banhados de sangue da literatura mundial. E o Novo Testamento, por sua vez, está centrado sobre um evento cruento, uma ação de sangue: a morte de Jesus, último ato de violência “necessário” para estabelecer a paz e a reconciliação.


No AT, portanto, é que se encontram, os maiores obstáculos que podem intrigar-nos e instigar-nos, pois, cruamente, ela nos mostra que a questão da violência está intimamente envolvida com Deus. No entanto, é anti-epistemológico e sobretudo anti-teológico procurar fazer uma reflexão sobre a violência na Bíblia separando os dois Testamentos.


Há que tomar, portanto, qualquer reflexão que se baseie sobre o texto das Escrituras como um todo, onde Antigo e Novo Testamento não se separam, mas pelo contrário, interagem dialética e fecundamente. O caso da violência na Bíblia não é uma exceção a esta regra.


A violência que até hoje nos escandaliza, a Bíblia não a camufla, mas a expõe. Para atingir o objetivo de revelar em suas páginas um Deus de aliança e de paz, a Bíblia não hesita em colocar esse Deus em proximidade com todo tipo de violência.


Assim fazendo, demonstra que a aliança e a paz têm seu preço e não podem ser considerados como algo facilmente fruído ou suavemente obtido. A Bíblia revela também que o conteúdo de suas páginas não é simplesmente uma história edificante e piedosa, mas algo real e inspirado. O Cristianismo não é uma mensagem piedosa, mas uma experiência de salvação, que pretende integrar toda a realidade humana, até mesmo em suas dimensões mais negativas de violência, sofrimento e morte.


É inegável que a Bíblia se utiliza de uma linguagem de poder e de violência para falar de Deus e de sua ação no mundo. Não são poucos os textos onde Deus é descrito como uma grandeza de poder, de força, capaz de aniquilar pessoas, povos, e impérios.


Cenas de deportação, destruição, morte com desprezo e execração públicos, reforçam o poderio de Deus no mundo, mostrar o vigor e a força determinada de Deus, que opta por gente pobre, oprimida, explorada, utilizando uma linguagem violenta, quase como que uma compensação para a fraqueza antropológica e histórica das pessoas que Nele depositam sua fé e sua confiança.


As denominações dadas a Deus reforçam essa perspectiva. Não é infreqüente perceber, no AT, o Deus de Israel sendo chamado de Forte Guerreiro, Senhor dos Exércitos, etc. O escritor sagrado deixa correr de sua escrita, uma experiência de Deus que está no coração da vida do povo e que expressa com verdade o que este mesmo povo experimenta e sente quando se trata de referir-se a Deus.


Perguntas retóricas.

Se Deus aparece ligado à violência e se, por outro lado, é conteúdo inegável da fé bíblica o fato de que Ele só pode querer o bem, deve-se concluir que a violência é boa e positiva?


Como compaginar, um Deus de toda misericórdia, que perpassa as páginas da Bíblia, no Antigo e no Novo Testamentos, com essa imagem de um Deus que usa da violência para mostrar o seu poder?


Numa época em que vivemos, como não ser violento e crer num Deus violento?


Existe diferença entre o Deus do AT, que se envolve em práticas de violência e o ‘Deus’ que é Jesus, que se revela como amor redentor através de Jesus?


A Resposta Bíblica para a Violência

Somos bombardeados todos os dias pela violência. É o seu José, que perdeu o filho, morto por traficantes; ou a Maria que saiu para o seu trabalho e foi agredida por assaltantes. É o americano, alvo do ódio de terroristas islâmicos e o palestino que perde familiares na faixa de Gaza...


Como enfrentar tal questão? Existe solução para o problema violência? A Bíblia fornece resposta consistente e confiável para este dilema. Como um mal, a violência teve sua concepção na queda do homem dentro Jardim do Éden, ao rejeitar o bem que Deus havia revelado e preparado para ele. Apesar disso, Deus nunca deixou de propiciar-lhe a oportunidade de reatar a comunhão e praticar o bem, e continuou revelando Seus atributos e vontade.

Foi assim com Caim, quando o Senhor não o aceitou e nem a sua oferta (Gn 4.1-5). Caim ficou enfurecido por não se agradar do veredicto do Criador. Deus, bondosamente, se revela a Caim, questiona o motivo de sua ira e lhe oferece a escolha de dominar seus sentimentos (Gn 4.6, 7). Todavia, o homem, mais uma vez, resolve fazer de seu próprio jeito, o que culmina na violenta morte de Abel (Gn 4.8).


A incapacidade humana de conter a violência durante a história de sua existência pós-queda, apenas demonstra que alguém cuja impiedade é inata desde cedo (Gn 8.21; Sl 51.5; Rm 7.18) produzirá o mal contra seu semelhante (Mc 7.20-23) e nunca satisfará a plena justiça de Deus (Rm 3.9-20).


Bastam os exemplos dos filhos de Jacó ao buscarem fazer justiça com as próprias mãos contra os moradores de Siquém (Gn 34.13-31), a guerra civil da nação de Israel na época dos juízes (Jz 19 – 21), a vingança de Absalão pelo estupro de sua irmã (2 Sm 13.23-39) e, o ápice da crueldade humana, na crucificação de Jesus Cristo, o próprio Deus encarnado (Is 53.1-9; At 2.36; 3.13-15; 4.27).


A solução, portanto, se encontra no Deus que se revela e que desde Caim, oferece ao homem a oportunidade de abandonar a violência. A Bíblia, é a própria Palavra de Deus, isto é, Sua revelação (2 Tm 3.14-16) e, somente por meio dela, podemos ser capazes de produzir qualquer boa obra (2 Tm 3.17).


As Escrituras deixam claro que a reconciliação horizontal entre os homens só pode ocorrer mediante a reconciliação vertical com Deus (Ef 2.11-18). Tal reconciliação se efetua mediante a Pessoa de Cristo (Ef 2.1-7) e Sua obra na cruz (Rm 5.1, 6-11; Hb 9.27-28; 1 Jo 4.10), e é recebida pelo homem, exclusivamente pela fé (Ef 2.8, 9).


Ao perceber o imenso amor de Deus, o crente em Cristo é compelido a amar (1 Jo 4.10-12, 19-21) e, assim, a perdoar liberalmente, como Ele o perdoou mediante a oferta de Jesus (Ef 4.31 – 5.2). Qualquer outra tentativa de reconciliação entre os homens, será uma mudança superficial, mero legalismo. Pois tal amor é derramado pelo Espírito Santo naqueles que confiaram no imensurável amor divino que concedeu perdão aos que antes eram seus inimigos (Rm 5.5-11).


Urge, então, mostrar aos homens sua imensa dívida para com Deus e o pagamento dela por meio da obra de Cristo, para que percebam o quão pequena é a dívida de seu próximo para consigo e perdoem com generosidade (Mt 18.21-35).


A partir daí, é que faz sentido as palavras de Jesus sobre oferecer a outra face, andar duas milhas e amar tanto o próximo quanto o inimigo, refletindo o amor do Pai (Mt 5.38-48). Assim, será possível abençoar os que nos perseguem, dar de comer e beber ao adversário que tem fome e sede (Rm 12.14-21) e não revidar aos que nos insultam e prejudicam (1 Pe 2.18-25). A violência só será vencida pela revolução do amor que começa no Deus Triúno e passa a ser vivenciada, por pura graça, entre os homens!


Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Viol%C3%AAncia

http://www.jesusvoltara.com.br/info/violencia.htm

http://wwwusers.rdc.puc-rio.br/agape/vida_academica/artigos/amai/violenciabiblia.PDF

http://www.monergismo.com/textos/etica_crista/resposta-biblica_abdalla.pdf

Um comentário:

  1. Devido nossa reunião antes da aula, planejando nosso próximo culto, não pude comentar tanto acerca deste assunto.

    Alguns, eu já soube, adoraram uma aula que eu não falei tanto...

    Mas na próxima retorno ao falatório normal.

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