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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Anotações Sobre um Escândalo

Vi em 2007 no cinema o filme 'Notas Sobre um Escândalo', com Judi Dench e Cate Blanchet. Achei o filme interessante, tanto que comprei o livro há algum tempo, e deixei ele enconstado na estante. Agora o li e recomendo.

O livro, foi finalista do Booker Prize de 2003 - mais importante prêmio literário da Grã-Bretanha - É um romance inteligente, de conteúdo social e perigosa obsessão. Zoë Heller disseca uma fraqueza humana básica: é mais fácil criticar os outros do que olhar honestamente para si mesmo. Neste strip-tease muito bem orquestrado, o que começa como um relato objetivo expõe aos poucos um sombrio drama psicológico. Desde o primeiro dia de Sheba Hart na St. George's, a professora de história Barbara Covett ficou convencida de ter encontrado uma alma gêmea.

A lealdade de Barbara para com sua nova amiga é apaixonada e insistente. A bela e atraente Sheba, aos 42 anos, filha de um famoso economista e casada com um acadêmico bem-sucedido, parece levar uma vida estável e tranqüila. Até que se apaixona por um aluno de 15 anos. E sua vida desmorona. Quando o caso se torna público, Barbara elege a si mesma como a grande defensora de Sheba. Mas nem tudo é o que parece ser à primeira vista nesta história sombria e, como Sheba logo irá descobrir, uma amiga pode ser tão traiçoeira quanto qualquer amante.

Heller transforma uma história de obsessão típica dos tablóides em uma peça literária intensa e inteligente. Ela extrai brilhantemente os detalhes de um escândalo e dá vida à cada vez mais sinistra Bárbara. Uma história sobre amizades obsessivas e embriaguês sexual, contada por uma narradora gloriosamente não confiável. É engraçado, comovente, fantasticamente sutil e permeado de uma melancolia nada deprimente. O livro consegue um elegante equilíbrio entre humor negro e tragédia, com um tom satisfatoriamente sinistro.

O filme contou com a participação de duas das maiores atrizes do cenário mundial, ganhadoras do Oscar, para um embate de interpretações e dar vida e força a suas personagens no filme, que foi dirigido por Richard Eyre. A adaptação do livro de Zoë Heller é assinado por Patrick Marber (roteirista do excelente "Closer - Perto Demais") e a produção de Scott Rudin e Robert Fox (produtores de "Iris" e "As Horas"). Uma equipe técnica de peso que ainda conta com o compositor Philip Glass, indicado ao Oscar por seu trabalho em "As Horas", além do duas vezes ganhador do Oscar em direção de fotografia Chris Menges.

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