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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Filme: O Lugar Onde Tudo Termina

Na noite do dia 01 de agosto de 2013, fui ver a sessão de 'O Lugar Onde Tudo Termina' de Derek Cianfrance em seu último dia de exibição no Cinema de Arte. Estava ao lado de minha esposa que gostou muito do filme.

O longa mostra descaradamente que somos produtos de nossas escolhas. Tudo que plantamos nesta vida, de certa forma colhemos e as consequências de nossos atos nem sempre é aquilo que imaginamos. Nada acontece por acaso ou por coincidência do destino. E isso é mostrado na vida dos personagens deste filme. Vemos a solidão, a ausência de laços familiares, relação pais e filhos, a busca pela fé, a ganância pelo dinheiro e pelo poder numa sociedade capitalista, a corrupção policial e política, o mundo das drogas, dentre outros temas importantes citados durante a projeção que nos fazem refletir.

O filme chama a atenção por não ter um protagonista definido. Os três atos estão bem divididos, embora sejam um pouco extensos, nenhum deles é cansativo. A película nos conduz por um caminho, de repente somos conduzidos através de outro viés e ficamos sem perspectiva do que irá acontecer. Para alguns que gostam de prever os filmes que vêem pode ser ruim esta imprevisibilidade, mas eu gosto muito de filmes que me supreendam.


O diretor Derek Cianfrance, do recente 'Namorados para Sempre' (2010), mostra novamente potencial e qualidade no seu filme. A ator Ryan Gosling que trabalhou no seu primeiro, retorna neste interpretando magistralmente Luke, um motociclista misterioso, adorado pelas crianças, que pilota dentro de globos da morte em um circo itinerante.

Quando descobre que sua ex-namorada, Romina (Eva Mendes em excelente papel), teve um filho seu, ele tenta se reaproximar dela. Sua intenção é mostrar-se um pai capaz de sustentar o filho e, para isso, Luke decide participar de uma série de roubos a bancos para manter sua amante e seu filho recém-nascido.


Luke não consegue reprimir seu lado violento, o que lhe traz problemas não apenas com Romina mas também com Robin (Ben Mendelsohn), seu parceiro de assaltos. Apesar dos vários problemas inesperados que surgem, ainda assim Luke resolve realizar sozinho um assalto a banco. Perseguido pela polícia, ele vira alvo de Avery Cross (Bradley Cooper), um policial que cumpria sua rotina fazendo a ronda diária. É quando surge o inesperado fim do primeiro ato, onde Gosling passa o bastão de personagem principal para Cooper.
O segundo ato mostra a mudança repentina na vida de Avery Cross, de policial novato e inesperiente, a herói da cidade, orientado por seu pai, almeja uma carreira política de promotor, se aproveitando de sua graduação em direito. Os traumas do episódio ocorrido entre Cross e Luke o afastam de seu filho. A cena onde o personagem de Ray Liotta em uma brilhante participação o leva para o “lugar além dos pinheiros” do título original 'The Place Beyond the Pines'. É quando o filme dá um salto no tempo: 15 anos e vai para o terceiro ato mostrando a relação entre os dois jovens, filhos de Cross e Luke e como eles reagiram a tudo que foi apresentado até então.


Boa parte do filme foi rodado na própria cidade de Schenectady, no estado de Nova York, onde se passa a história. O título original 'The Places Beyond the Pines' veio do nome da cidade, que na linguagem dos índios mohawk significa "beyond the pines plains" (atrás da planície dos pinheiros).



Segundo o protagonista Ryan Gosling, todas as cenas de assalto vistas no filme foram rodadas em um único take, para dar maior sentido de urgência a situação. Segundo Derek Cianfrance, ele não teria feito o filme se Bradley Cooper não fosse o intérprete de Avery Cross. O diretor dirigiu cinco horas até Toronto, onde encontrou com o ator e conseguiu convencê-lo a ficar com o papel. Por sinal a dupla Gosling e Cooper estão muito bem em seus respectivos papéis podendo inclusive serem indicados ao Oscar 2014. Fico a imaginar como seria um filme onde os dois atuassem juntos...

Ryan Gosling teve que rodar 22 vezes a sequência em que seu personagem, pilotando uma moto, passa entre carros em direções opostas. A intenção original do diretor Derek Cianfrance era que um dublê fizesse esta cena, mas ele não conseguiu algum que topasse realizá-la. Derek Cianfrance declarou que séries de TV, como Cops e America's Wildest Police Chases, serviram de inspiração para o filme.

A trilha sonora do filme é muito boa, sempre se adequando a cada momento e/ou personagem. Por exemplo, quanto toca 'Dancing in the dark' de Bruce Springsteen. Méritos para o trabalho de Mike Patton.

Segue trailer:

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