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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Filme: Todos os Dias



Na noite do dia 30 de janeiro de 2014, fui ao Estação Rio em Botafogo para ver o filme "Todos os Dias" de Michael Winterbottom.

O drama apresenta o casal Karen (Shirley Henderson) e Ian (John Simms), que são pais de quatro crianças pequenas, e se amam profundamente. Eles levam uma rotina pacífica nos subúrbios da Inglaterra, apesar das dificuldades financeiras. No entanto, o relacionamento dos dois é abalado quando Ian é condenado a cinco anos de prisão, por razões que Karen desconhece.

Longe da prisão a vida continua com as crianças inclusive se envolvendo em brigas na escola quando um colega faz piada sobre o pai deles. Durante todos esses anos, Karen tenta levar a sua vida sozinha, cuidando das crianças, trabalhando, visitando o marido na prisão e sonhando com o dia em que ele finalmente voltará para casa. 
Acontece que não é fácil para mulher nenhuma cuidar de quatro crianças sozinhas, trabalhar e nos fins de semana fazer uma via crúcis para visitar o marido na cadeia. Num momento de fragilidade, Karen sentindo-se solitária dorme com Eddie que ela conhece do pub onde trabalha. Próximo ao fim de sua sentença, Ian recebe liberdade condicional passar um dia com sua família, é quando Karen expõe para ele o caso extra-conjugal, esperando que o fato não abale o casamento. O marido reluta, mas o filme segue com a família vivendo normalmente os seus dias.
O grande incômodo do filme, é o fato de não sabermos os motivos que levaram Ian a ser preso. Só sabemos que ele é um bom pai, um marido dedicado, um filho atensioso. Somos colocado na pele de Karen, que também demonstra não saber e não se interessar pelo crime que o marido cometeu. Mas isso não impede de acompanharmos e termos interesse pela rotina diária dessa família. E como é interessante percebermos que o tempo passa, dia após dia e as coisas vão acontecendo... Temos que perceber a beleza dos pequenos detalhes que a rotina nos oferece.

Outro importante detalhe, é que o filme foi rodado durante 5 anos, mesmo tempo que transcorre na história. Assim, vemos o crescimento das crianças (especialmente na forma como elas lidam com a situação) e o evenlhecimento dos atores e dos personagens, sem a necessidade de maquiage. . Algo essencialmente criativo, belo e poético da parte de Michael Winterbottom que costuma ser extremamente minimalista e cuidadoso em seus trabalhos. O filme não tem clímax, o que pode parecer estranho, mas é algo bastante comum na vida da maioria das pessoas. Encerro meus comentários com o versículo de Mateus 6:34 "Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará as suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu próprio mal."

Cinema é arte, embora possa ser usado como entretenimento, e outras formas. "Todos os Dias" foi indicado ao prêmio de melhor filme nos festivais de Londres e Tallinn, além de ser indicado ao BAFTA na mesma categoria. Méritos de Winterbottom. Meu trabalho preferido do diretor é o documentário "Caminho Para Guatánamo" Recomendo. Nota: 7/10.

Segue trailer:

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