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segunda-feira, 7 de abril de 2014
Filme - Pedalando com Molière
Na noite desta segunda-feira, 7 de abril de 2014, enquanto caiu um dilúvio em Fortaleza, fui ao UCI Cinemas ver "Noé" em Imax, mas a sala não estava operando, então aproveitei para ver "Pedalando com Molière" no Cinema de Arte.
Cansado da carreira de ator, o respeitado Serge Tanneur decide abandonar os palcos e se aposentar, vivendo isolado na pequena Ilha de Ré. Sua calma é interrompida pela chegada de Gauthier Valence, popular ator de televisão, que o convida a interpretar o papel principal em uma adaptação de "O Misantropo", de Molière.
Após recusa inicial, Serge propõe um desafio: ambos devem ensaiar a primeira cena da peça juntos, nos papéis de Philinte e Alceste, e depois de 5 dias treinando, dará a resposta. Começa, assim os jogos de poder e manipulação entre os dois atores. A amizade, o orgulho, o ressentimento e a vaidade são temas abordados nessa obra do cinema francês.
O primeiro e o segundo ato do filme são interessantes, no primeiro somos apresentados aos personagens, no segundo temos o dilema bem elaborado, com o humor francês latente em cena. No entanto o filme perde o fôlego no terceiro ato, de modo que se torna previsível e sem o encanto do início.
O filme vale pela crítica que faz as atores e seu narcisismo extremo. Os personagens secundários não são bem aproveitados, ficando com o filme em torno dos dois protagonistas. As leituras da obra de Molière são o ponto alto do filme, tanto que alguns momentos eles param a leitura e confudimos se o que está no roteiro faz ou não parte da obra de "O Misantropo" tamanha identificação dos personagens com seus pretensos atores.
Alguns conflitos são facilmente resolvidos, outros ficam em aberto, como o problema com a mãe do taxista, a compra da casa que foi efetuada, e a amizade com a italiana. A cena da vasectomia também rende bons e hilários momentos... E não deixa de ser mais uma crítica...NO entanto, os conflitos paralelos mais atrapalham do que ajudam.
Este é o 7º trabalho do diretor Phillippe Le Guay, de "As Mulheres do Sexto Andar" (2010). Na adaptação, ele misturou as falas do texto original de "O Misantropo", escrito no século 18, aos diálogos dos dois personagens centrais, comprovando a perenidade da obra. As filmagens foram realizadas na ilha de Ré, na costa atlântica francesa, local onde o personagen Tanneur vai para ser isolar do mundo, talvez por isso o filme seja tão realista na inserção de ambiente dos personagens.
O filme cumpre bem sua proposta, tem uma fotografia interessante de Jean-Claude Larrieu, mas não é tão bom ao ponto de deixar marcas, ou emocionar. Será facilmente esquecido. Nota: 6,0/10,0.
Segue trailer:
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