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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Filme - Boa Sorte

Na noite de 27 de novembro de 2014, fui com a esposa conferir o drama nacional Boa Sorte de Carolina Jabor, adaptação do conto "Frontal com Fanta", de Jorge Furtado.
O filme apresenta o adolescente João (João Pedro Zappa), que como qualquer outro que esteja passando por essa fase, apresenta uma série de problemas comportamentais, muitos deles ocasionados pelos vícios e compulsões dos próprios pais, que muito atarefados com seus afazeres delegam a atenção e o cuidados dos filhos à terceiros (babás, escolas, terapeutas, clínicas de recuperação, etc). A relação pais e filhos na atual sociedade precisa ser revista urgentemente. Não bastasse a maior parte dos filhos não serem planejados, os pais involuntários não assumem a responsabilidade sobre seus filhos. A Bíblia orienta muito claramente: "Pais, não irritem seus filhos; antes criem-nos segundo a instrução e o conselho do Senhor." (Efésios 6:4).
Logo na cena inicial, João é diagnosticado com o quadro de depressão, e seus pais decidem interná-lo em uma clínica psiquiátrica, onde ele conhece a interna Judite (Deborah Secco), que possui o vírus HIV positivo e é dependente química, está em fase terminal. Nas Escrituras sagradas está escrito que "...o que o homem semear isso também colherá. Quem semeia para a sua carne da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito do Espírito colherá a vida eterna. (Gálatas 6:7b-8) 
João é um adolescente tímido e introvertido, como muitos de sua idade, de modo que se sente muitas vezes como se não fosse percebido pelos que o rodeiam. Pra ele, sua invisibilidade é ativada quando toma o ansiolítico Frontal com Fanta laranja, e apenas um contato físico é capaz de torná-lo novamente visível. A bíblia revela que "Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio." (II Timóteo 1:7) Muitas vezes, o jovem é aprisionado pelo inimigo de Deus.
Na casa de recuperação, os dois passam a se conhecer, e apesar de serem tão diferentes, começam a perceber similaridades entre si, entre elas, a capacidade de se tornar invisível... João encontra então aquilo que sempre desejou, a afetividade. E ele recebe exatamente de quem aparentemente não tem nada a lhe oferecer, Judite, única que enxergou João plenamente. Assim, ela passa a receber de João o que também sempre buscou e nunca teve de verdade, o amor. E nada melhor do que uma relação sexual para unir a afetividade com o amor. Esses sentimentos se potencializam quando o sexo produz o prazer que droga nenhuma consegue replicar... Para João o orgasmo era algo nuca experimentado, já para Judite algo banal, que passou a ter um novo sentido.
A Bíblia descreve o prazer que o homem encontra no casamento da seguinte forma: “Alegra-te com a esposa da tua mocidade... Inebriem-te os seus próprios seios todo o tempo. Que te extasies constantemente com o seu amor.” (Provérbios 5:18,19) Deus também quer que a mulher tenha prazer no sexo. A Bíblia diz ainda que: “O marido e a esposa devem satisfazer as necessidades sexuais um do outro.” (I Coríntios 7:3). Então, apesar do ambiente hostil, os dois se apaixonam, no entanto, Judite tem medo que a sua morte abale a saúde de João, então toma uma decisão complicada, mas que é muito bem justificada de forma didática até demais...
A direção de Carolina Jabor se apresenta segura, e nos mostra uma variação de tomadas bem interessantes. A trilha sonora agrada, e a direção de arte contêm um excelente trabalho de animação que é mostrado no clímax do longa, quando é retratado o diário de Judite. Merece elogios, apesar de ser extremamente didático.
O roteiro Jorge Furtado e Pedro Furtado é outro ponto positivo do longa, pois é sensível ao ponto de vista juvenil, conseguindo emocionar, utilizando inclusive do bom humor. Furtado dirigiu e roteirizou filmes nacionais excelentes como Saneamento Básico - O Filme (2007), Meu Tio Matou um Cara (2004) e O Homem que Copiava (2003), além de roteirizar pérolas como Romance (2008), de Guel Arraes.
O elenco também está digno de elogios. Deborah Secco emagreceu 11 quilos para fazer o papel da dependente química soropositiva e João Pedro é uma grata surpresa. Fernanda Montenegro, vale o ingresso apesar da pequena participação, pois como de costume, ela arrasa. 

Recomendado. Nota: 9,0/10,0. Vejam o trailer aqui.

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