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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
Dois Dias, Uma Noite
Na tarde desse 19 de fevereiro de 2015, fui ao Cinema do Dragão Fundação ver Dois Dias, Uma Noite (Deux jours, une nuit, 2014) de Jean-Pierre e Luc Dardenne.
Eu gosto do cinema europeu. Ele me parece sempre autêntico, verdadeiro, cru. Neste longa, vemos a luta de Sandra (Marion Cotillard) quando perde seu emprego devido uma votação, onde os outros trabalhadores da fábrica prefiram receber um bônus ao invés de mantê-la na equipe. Ao descobrir por uma amiga que alguns de seus colegas foram persuadidos pelo supervisor a votarem contra ela, então, ela parte com a ajuda de seu marido (Fabrizio Rongione) numa tarefa complicada para o final de semana: visitar os colegas de trabalho de Sandra e convencê-los a abrir mão de seus bônus, para que ela possa manter o seu emprego, numa nova votação na segunda-feira.
Será que seríamos capazes de abrir mão de um aumento salarial para que outra pessoa pudesse manter o emprego? Os irmãos Dardenne abordam de maneira simples uma preocupação que é mundial: o desemprego. Agravado pelo fato de se tratar de uma funcionária que tirou licença médica para cuidar de uma depressão e fez seus empregadores perceberem que conseguiam manter uma fábrica com 16 funcionários, ao invés de 17.
Assim, o filme acaba sendo uma crítica ao capitalismo que visa o lucro a qualquer custo, especialmente na proposta final do empresário, de demitir um empregado temporário, para que possa recontratar Sandra. O filme transborda humanidade, com uma veracidade palpável, especialmente em função da atuação de Marion, merecidamente indicada ao Oscar de Melhor Atriz, embora não deva arrebatar o prêmio. Nota: 8,0/10,0 - ★★★★
Segue trailer de Dois Dias, Uma Noite:
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