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domingo, 18 de outubro de 2015

Operações Especiais



Na noite deste domingo, 18 de outubro de 2015, fui com o Jorge Dias ver Operações Especiais (2015) de Tomas Portella, longa na vibe de Tropa de Elite de José Padilha, e ainda no rastro dos bandidos fugindo do Complexo do Alemão, que  critica o sistema intitulado poder público, que é extremamente corrupto, expondo o funcionamento da polícia brasileira de maneira muito natural, desde os motivos que levam os policiais a prestarem concurso, o treinamento superficial que eles recebem, e o fato de terem que lidar com situações de guerra civil para manter a ordem, mesmo sendo criticados pela própria sociedade a quem eles dão a vida para defender.
O filme se passa na fictícia cidade de São Judas do Livramento, mas qualquer identificação com qualquer cidade do Rio de Janeiro não é mera coincidência. Devido a implantação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), os bandidos fugiram para outras cidades. Nesse município, a população está chocada com o assassinato de duas crianças e devido à violência crescente no lugar, o governo recruta o delegado mais ficha limpa da corporação, Paulo Froes (Marcos Caruso) para executar uma força-tarefa.
O delegado recruta um grupo de policiais honestos é então enviado a cidade para resolver o problema da alta criminalidade. Em pouco tempo eles resolvem o problema enquanto a novata Francis (Cléo Pires) precisa superar seus limites para provar que tem valor. Eles são aclamados pela opinião pública. Mas em pouco tempo a aplicação do rigor da lei começa a sociedade começa a desaprovar a forma como a polícia age e os verdadeiros responsáveis começam a se incomodar com a situação.

Além de Marcos Caruso, Cléo Pires está muito bem no papel de “capitão Nascimento” de saia, inclusive ela precisou aprender a manusear armas de fogo para o filme. O filme expõe a questão da feminilidade de maneira coesa, apontando tanto a fragilidade feminina, quanto a determinação de uma mulher tipicamente brasileira. Fabrício Nascimento, Thiago Martins, Antonio Tabet completam o elenco e estão bem críveis em todas as cenas.

Nossa sociedade estaria preparada para uma policia honesta? Só existem policiais corruptos, porque existem corruptores. O filme aborda também a questão da violência de maneira verossímil, desde a cena do sequestro no hotel, passando pelo conflito de policiais e bandidos e as sensacionais cenas de incursão policial nos becos das favelas, na guerra contra o tráfico e as milícias. A abordagem da questão ética no filme também é muito bem realizada e coerente com a realidade brasileira.

Destaque também para a trilha sonora, especialmente a canção Teto de Vidro de Pitty, que toca nos créditos e num momento crucial do longa. As filmagens foram realizadas no Rio de Janeiro e Tocantins. E o filme é tão bom, que o tempo passa rápido. Pede pra assistir! Vale e muito à pena prestigiar uma boa obra do cinema nacional. E o final deixa em aberto a possibilidade de uma continuação.

Segue trailer de Operações Especiais:

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