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terça-feira, 4 de abril de 2017

A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell


Baseado no mangá Ghost in the Shell, de Masamune Shirow A Vigilante do Amanhã - Ghost In The Shell (Ghost in the Shell, EUA, 2017), de Rupert Sanders não diz a que veio, com um filme focado na estética e não na história, que se desenrola de forma desinteressante, sem nenhuma empatia, sendo enfadonha e aparentando ser mais longo do que a metragem que possui. Elogios para a trilha sonora, que é bem ao estilo Tron - O Legado (2010) de Joseph Kosinski.


A história da Major Mira Killian (Scarlett Johansson), uma agente especial, mistura de cérebro humano e máquina, uma ciborgue única, que em tese lidera a força-tarefa de elite intitulada Seção 9, que é dedicada a deter os mais perigosos criminosos e extremistas, e enfrenta um inimigo cujo único objetivo é destruir os avanços da Hanka Corporation, na tecnologia cibernética. Premissa o filme tem, mas de conteúdo ele se mostra vazio.

A sinopse diz que o filme se passa num mundo pós 2029, mas não creio que daqui há 12 anos viveremos numa realidade onde cérebros se fundem facilmente a computadores e a tecnologia está em todos os lugares. Por mais que a tecnologia faça parte do nosso dia-a-dia, não comprei a ideia do filme de aperfeiçoamento do corpo humano a partir de inserções tecnológicas


Considerada o futuro da empresa, a Major logo é inserida no Section 9, um departamento da polícia local. Lá ela passa a combater o crime, sob o comando de Aramaki (Takeshi Kitano) e tendo Batou (Pilou Asbaek) como parceiro. Só que, em meio à investigação sobre o assassinato de executivos da Hanka, ela começa a perceber certas falhas em sua programação que a fazem ter vislumbres do passado quando era inteiramente humana. Apesar de tudo, num belo dia ela acorda aceitando quem ela é, minando todo o conflito proposto, que foi muito mal explorado.

É o segundo filme de Sanders, o primeiro foi Branca de Neve e o Caçador (Snow White and the Huntsman, 2012) até então ele só havia filmado comerciais, tendo recebido dois leões de ouro no festival de Publicidade de Cannes. Talvez um diretor mais experiente teria apresentado uma história mais contundente. Se bem que o ideal seria vermos uma adaptação mais próximo do literal da animação O Fantasma do Futuro (Ghost In The Shell,1995) de Mamoru Oshii, e não apenas a cópia estilizada de uma cena ou outra, tornando o filme um emaranhado de cenas mal montadas, sem um enredo decente.


O filme que está sendo um fracasso de público e renda, foi contestado pelos fãs quando da escolha de Scarlett Johansson para interpretar uma personagem japonesa. Nada contra a atriz, que é muito boa por sinal, mas várias pessoas protestaram na internet contra a escalação de atores brancos para interpretarem papéis de outras etnias. Inclusive houve uma petição contra a iniciativa de colocar atores brancos para interpretarem personagens asiáticos recebendo mais 104 mil assinaturas. O documento foi intitulado "DreamWorks: Stop Whitewashing Asian Characters!"


O termo Ghost in the Shell é baseado no termo "Ghost in the machine", usado pela primeira vez por Arthur Koestler, em 1967. O trabalho vai de encontro ao dualismo mente-corpo descrito por René Descartes. Esperei ao longo do filme algum debate filosófico, por ter sido uma das inspirações dos irmãos 
Wachowski para Matrix (1999), mas se nem uma história consistente o filme tem, imagine algo mais profundo. Não vale o seu ingresso.

Confira trailer de A Vigilante do Amanhã - Ghost In The Shell:

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