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sábado, 5 de agosto de 2017

Abertura do 27º Cine Ceará


Na noite deste 5 de agosto de 2017, estive na abertura do 27º Cine Ceará - Festival Ibero-americano de Cinema. A programação marcada para 19h, teve início depois das 20h, após os convidados adentrarem e lotarem o Cine São Luiz para de início assistirem cerca de 15 minutos de apresentação de vídeos dos patrocinadores. Cada ano fica mais longo o tempo dedicado aos vídeos dos patrocinadores.


A exibição do curta A Luz da Mata, e do longa Uma Mulher Fantástica de Sebastián Lelio e homenagem marcaram a solenidade, comandada pelas belíssimas jornalistas Grazi Costa e Maísa Vasconcelos. O secretário da Cultura do Estado, Fabiano dos Santos Piúba, e o reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Henry de Holanda Campos,  ambos deram as boas-vindas ao público e aos cineastas presentes, ressaltando a representatividade no campo do cinema e importância do festival para o Estado. O primeiro destacou a programação do Cine São Luiz e como o público tem se aproximado do equipamento, citando inclusive o fato do banner principal do evento, trazer uma homenagem ao lustre principal do majestoso Cine São Luiz, o primeiro cinema inaugurado pelo grupo Severiano Ribeiro, ainda em funcionamento com seus pouco mais de mil lugares. O segundo encerrou seu discurso político com uma frase marcante sobre os tempos de escuridão que temos vivido: “Não podemos fazer nada para apagar o passado, mas tudo devemos fazer para construir o futuro. As trevas exigem de nós luta para sobreviver”. Houve um e outro grito de #ForaTemer, mas nada que se compare a manifestação do ano anterior.


A gerente de comunicação da Enel Ceará, Patrícia Varela, fez a entrega juntamente com o secretário Fabiano Piúba e o reitor Henry Campos. realizaram a entrega de certificados da oficina de cinema de animação, para os jovens estudantes que participaram do projeto Enel Compartilha Animação. Um deles ao subir palco comemorou e provocou reação de aplausos de todo o público, que conferiu a exibição do curta A Luz da Mata, por eles produzidos. Após a exibição Juan Pablo Silva afirmou “Eu fiquei muito feliz de ter sido selecionado para participar do filme. Realizar esse projeto foi incrível. Animação é o meu foco. É uma experiência que nunca vou esquecer”. Esse tem o perfil de cineasta. 


Patrocinado pela Oi e com o apoio cultural do Oi Futuro, o festival contou, na abertura, com a presença do gestor de cultura do Instituto Oi Futuro, Roberto Guimarães. Ele frisou a longevidade e solidez do festival. “Chegar à 27ª edição é um feito difícil para qualquer festival, afinal, 27 anos não são dois anos!”. Destacou também a Mostra Curta Cocó, lançada nesta edição pela Oi, em parceria com o festival, a Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Ceará e a Assembleia Legislativa do Estado do Ceará. Os cinco curtas selecionados serão exibidos no Cine Ceará, entre os dias 6 e 10, e no dia 11 o vencedor será exibido novamente na cerimônia de encerramento do festival, no Cineteatro São Luiz, quando receberá um prêmio no valor de R$ 3.000,00.

Apesar de ser uma noite de festa e boas notícias, houve também espaço para uma homenagem póstuma ao cineasta Geraldo Moraes, que faleceu aos 78 anos. O Mestre Geraldo, como era carinhosamente chamado, foi uma grande referência do audiovisual brasileiro, e precursor de muitas gerações de cineastas. Destaca-se o belo texto do cineasta cearense Rosemberg Cariry, lido na ocasião:

“Dizem as crenças antigas que todo homem é uma vela que deus pôs no mundo, tendo esse mesmo homem o livre-arbítrio para acender ou deixar apagada a sua luz. Geraldo Moraes foi um homem de luz própria, foi líder estudantil e lutou contra a ditadura militar, fez cinema nas épocas mais difíceis, foi professor de universidades e muito ensinou aos jovens, em cursos administrados em todo o pais, dos pampas gaúchos aos sertões nordestinos, dos pantanais do centro oeste às florestas da Amazônia. Gaúcho-brasiliense-nordestino, à frente de importantes entidades representativas de cineastas, Geraldo Moraes fez da descentralização da produção do cinema brasileiro uma das suas mais importantes bandeiras de luta, sendo um dos importantes articuladores da associação de produtores e cineastas do Norte-Nordeste e da CONNE, nova instituição que reúne produtores e cineastas do Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Nós, que fazemos o Cine Ceará, queremos dedicar essa edição do festival à memória do cineasta e do homem Geraldo Moraes. Salve amigo!”.


Por fim, a editora do longa Uma Mulher Fantástica apresentou o filme que foi exibido e recebeu os fortes aplausos da plateia. Falaremos sobre o curta e o longa noutros posts.

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