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quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Malasartes e o Duelo Com a Morte


Comédia nacional recheada de efeitos especiais Malasartes e o Duelo Com a Morte (Brasil, 2016) de Paulo Morelli resgata um ambiente interiorano para apresentar Pedro Malasartes, um jovem ingênuo, mas malandro o suficiente para que com a sua lábia, se aproveite da boa vontade das pessoas para se dar bem, se perdendo durante a narrativa situada no munda da morte, ceifadora de almas que coloca a esperteza de Malasartes à prova.
Uma comédia sobre as aventuras de Pedro Malasartes (Jesuíta Barbosa), personagem tradicional do folclore ibero-americano que vive de pequenas trapaças. Gaiato fanfarrão, Malasartes terá de enfrentar dois grandes inimigos: Próspero (Milhem Cortaz), que fará de tudo para impedir que sua irmã Áurea (Ísis Valverde) namore um sujeitinho preguiçoso, sem coragem e imprestável como ele, e a própria Morte encarnada (Julio Andrade) , que quer tirar férias depois de dois mil anos ceifando vidas e pretende que Malasartes o substitua em seu tedioso cargo, vaga que será disputada por outros personagens.

Apesar de já ter sido adaptado para o cinema em 1960, o personagem Pedro Malasartes tem uma origem ainda mais antiga que se torna quase impossível recapitula-la. É dito que suas primeiras menções foram nos séculos XIII e XIV, não em literatura, mas na cantiga 9418, do Cancioneiro da Vaticana. Ao longo dos anos, o personagem foi sendo adaptado para a literatura, em obras de diversos autores.

A direção do filme mostra claramente o empenho de Pedro Morelli, que tentava fazer esse filme desde os anos 1980, quando pretendia usar o roteiro para uma série de TV. A direção de arte também é cuidadosa e os efeitos especiais dominam boa parte das cenas, especialmente aquelas realizadas no mundo da morte. Gostei muito da cena em que Malasartes caminha carregado pelas cordas das velas...

O elenco como um todo está bem, mas destaca-se a participação de Augusto Madeira, como Zé Candinho, que se torna amigo de Malasartes, mesmo após ter sido enganado por ele. Leandro Hassum surge estereotipado como auxiliar da morte. Lamenta-se apenas o cuidado com o visual do filme ter sido maior que o cuidado narrativo. É um filme doce e ingênuo que não faz mal a ninguém.

Segue trailer de Malasartes e o Duelo Com a Morte:


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