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segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Atômica


Ação de espionagem Atômica (Atomic Blonde, Estados Unidos, 2016) de David Leitch, baseado na HQ The Coldest City, de Antony Johnston Sam Hart, apresenta uma agente secreta nos dias que antecedem a queda do muro de Berlim, em novembro de 1989, para investigar o assassinato de um colega (que era seu amante) e recuperar um relógio com uma lista de agentes secretos. O filme é muito bem ambientado historicamente, tem um visual arrebatador, cenas de ação de tirar o fôlego e uma trilha sonora para ser ouvida em looping.

Lorraine Broughton (Charlize Theron), é uma belíssima agente disfarçada do MI6, que é enviada para Berlim durante o final da Guerra Fria para investigar o assassinato de um oficial e recuperar uma lista perdida de agentes duplos 
que não pode ser descoberto pelos russos da KGB. Ao lado de David Percival (James McAvoy), chefe da localidade, a assassina brutal usará todas as suas habilidades nesse confronto de espiões. É inevitável não comparar este longa com os filmes do Jonh Wick, personagem de De Volta Ao Jogo (2014) co dirigido por Leitch em sua estreia, onde o protagonista praticamente não apanha ou se suja em suas lutas, vemos a personagem principal de Atômica levando surra o tempo todo, à ponto de ter quebrado dois dentes durante as gravações.

O diretor David Leitch fez carreira como dublê em clássicos filmes de ação como Blade, o Caçador de Vampiros (1998), Matrix Revolutions (2003) e O Ultimato Bourne (2007). Então as sequências de ação, são muito bem planejadas e realizadas. O elenco principal está fabuloso, com a vencedora do Oscar® Charlize Theron dando um show à parte, esbanjando sensualidade e brutalidade em cenas fortes, picantes, expondo inclusive seu corpo, mas sem banalidadeJames McAvoy merece um reconhecimento maior, pela constância de suas boas atuações. ele que quebrara a mão durante as filmagens de Fragmentado (2016), mas teve que fazer as filmagens, inclusive com o braço no gesso, o que foi bem aproveitado no filme. Os coadjuvantes também estão bem, destaque para Sofia BoutellaToby Jones e John Goodman.

A trama de espionagem é crível, e a montagem de Elísabet Ronaldsdóttir colabora para entendermos a história que está sendo contada. O roteiro contribui muito nesse sentido, assim como o design de produção, e a "furiosa" paleta de cores da fotografia de Jonathan Sela que consegue criar um visual noir, embora se utilize cores fortes, como o azul e o vermelho, criando até uma metáfora do cenário da Guerra Fria. Destaca-se também o impacto visual das cenas de ação, muitas delas em plano sequência.

Embora a trilha incidental de Tyler Bates, o mesmo de Guardiões da Galáxia (2014) seja boa, o que se destaca é a playlist do filme, que se destaca nas cenas de violência e conta com nomes como New Order, David Bowie, Public Enemy, George Michael, The Clash, Queen, Nena entre outros. O uso da trilha nos remete ao recente Em Ritmo de Fuga (Baby Driver, 2017), com a trilha fazendo parte do que está sendo mostrado em tela. Father Figure do George Michael, London Calling do The Clash, 99 Luftballons da Nena e Under Pressure do Quenn e David Bowie são importantes no desenrolar da trama. Como além de estrelado, é produzido pela Charlize Theron, espero que Atômica vire uma franquia, e apresente outras aventuras dessa espiã que é uma versão feminina de uma mistura entre Jason Bourne e James Bond.

Veja trailer de Atômica:


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