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segunda-feira, 18 de dezembro de 2017
Com Amor, Van Gogh
Impressionante animação biográfica, Com Amor, Van Gogh (Loving Vincent, 2017) de Dorota Kobiela, Hugh Welchman, conta com um roteiro de drama policial e se destaca por ser todo feito com tinta óleo em tela por uma equipe composta por 100 pintores, que pintou em estúdios poloneses, utilizando as mesmas técnicas do artista holandês, cada um dos 65 mil frames do filme. Algo inacreditável, com um resultado satisfatório, sendo muito mais que uma bela, justa e merecida homenagem ao gênio das artes chamado Vincent.
O enredo do filme desenrola-se através de entrevistas às figuras mais próximas do pintor e através de reconstruções dramáticas dos eventos que levaram à sua morte. No filme são apresentadas 120 das melhores pinturas de Vincent Van Gogh. Já a trama é desenhada a partir das cartas escritas pelo próprio Van Gogh. Numa delas ele escreveu: "Bem, a verdade é que não conseguimos expressar-nos se não através dos nossos quadros", e é aquilo que se faz aqui deixando os seus quadros contar a história da sua intimidade, e sobretudo daquilo que lhe aconteceu.
O filme se torna fascinante por proporcionar uma viagem quase literal pelo universo do gênio pós-impressionista. O filme não se esgota em si mesmo, pois utiliza a técnica do artista noutra obra, que conta a intrigante história de sua morte, transmitindo sentimentos que extrapolam a mera experiência sensorial.
Por mais que a história vá ficando cansativa, o filme sintetiza teorias a respeito de Va Gogh a um suspense estilo Agatha Christie. É simplesmente impressionante ver o resultado do trabalho realizado.
O filme se passa em 1891, um ano após o suposto suicídio de Vincent Van Gogh, quando Armand Roulin (Douglas Booth) encontra uma carta enviada por Van Gogh ao seu irmão Theo , que jamais chegou ao seu destino. Após conversar com o pai, carteiro que era amigo pessoal de Van Gogh, Armand é incentivado a entregar ele mesmo a correspondência. Desta forma, ele parte para a cidade francesa de Arles na esperança de encontrar algum contato com a família do pintor falecido. Lá, inicia uma investigação junto às pessoas que conheceram Van Gogh, no intuito de decifrar se ele realmente se matou.
Merece ser exibido em looping nos museus ao redor do mundo. Visualmente é extraordinário, e apesar da história irregular, mostra que não foi indicado ao Globo de ouro 2018 à toa, estando entre as melhores animações de 2017. Merece o prêmio pela estética proposta e por ser o primeiro longa-metragem totalmente feito em óleo sobre tela.
Segue trailer de Com Amor, Van Gogh:
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