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quinta-feira, 19 de abril de 2018

Vivendo com o coração grato diante de Deus



Que darei eu ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito? Tomarei o cálice da salvação, e invocarei o nome do Senhor. Pagarei os meus votos ao Senhor, agora, na presença de todo o seu povo. (Salmos 116:12-14)

O que podemos fazer, diante de tudo que recebemos de Deus? 

1. Ter comunhão com o sangue de Cristo; 
2. Invocar o nome de Jesus; 
3. Cumprir com a palavra.

Hoje, as pessoas querem receber algo, sem ter que dar algo em troca. No entanto, nada se consegue sem que se pague um preço. Nem a salvação vem de graça, pois foi pago um alto preço na cruz. É muito fácil querer receber e não querer dar nada em troca. Quando agimos assim, mostramos o quanto nossa vida está ligada apenas ao nosso bel prazer.

Temos a tendência de sempre buscar o que é nosso sem pensar naquilo que pode agradar o outro. Dar algo a alguém, quer seja uma retribuição ou uma recompensa, está ligada a um sentimento muito raro em nosso tempo que é a gratidão.

Gratidão é um sentimento, que deve ser demonstrado ao sabermos que uma pessoa fez uma boa ação, um auxílio, ou favor a outra. Gratidão é uma espécie de dívida. Vivemos endividados!!! Tanto perante os irmãos, e principalmente perante a Deus.

Davi era um homem que vivia com um coração sincero e grato diante de Deus. É muito fácil ser grato a Deus quando tudo vai bem na nossa vida. Porém, há momentos em nossa vida que as coisas não dão certo e muitas vezes pagamos pelo preço de nossos atos. Às vezes este sentimento de gratidão é testado por algumas situações e circunstâncias desfavoráveis. E foi o que aconteceu com o rei Davi. Num certo momento, Davi deixou ser levado pela situação e acabou pecando diante do Senhor quando resolveu contar o número do seu povo.

Diz a bíblia que Satanás se levantou contra Israel e incitou Davi a fazer um senso. Se formos analisar não há nada de errado em contar o povo e fazer um senso. Só que no caso de Davi, ele queria saber quem poderia contar e lutar. Como diz as Escrituras, Davi queria saber quem poderia “puxar a espada”. (1 Crônicas 21:5).

O que mais desagradou o Senhor foi o fato de Davi naquele momento ter acreditado mais no número de seus guerreiros do que no poder de Deus. Com isso, acabou Israel sofrendo um castigo que previamente poderia ser escolhido. Entre esses castigos estavam 3 anos de fome, 3 meses consumido pela espada do inimigo ou 3 dias em que a peste dominaria sobre Israel trazendo destruição. Diz as Escrituras que a punição foi uma peste em Israel e nisso morreram 70 mil homens. (1 Cr 21:7-14).

Davi poderia ter nesse momento se indignado profundamente com o Senhor pelo fato desse juízo. Também poderia ter sido ingrato pelo fato do Senhor ter feito tamanho mal ao seu povo. A ingratidão sempre se manifesta quando as coisas não são conforme aquilo que desejamos. Apesar disso, Davi não se precipitou em seus atos. Nesse meio tempo o Senhor se arrependeu do mal que fizera, fazendo com que a destruição cessasse.

Diz a palavra de Deus que apesar disso, que olhando para o alto, Davi enxerga um anjo com a espada desembainhada para destruir Jerusalém, mas nesse momento Davi se prostra diante de Deus, junto com os anciãos e começa a orar. (1 Cr 21:16-17). Muitas pessoas poderiam murmurar ao ver essa cena. Mas Davi sabia o que era preciso ser feito. Sabendo do sofrimento do seu povo resolve tomar para si a dor do povo e coloca-se diante de Deus para ser punido.

Mas nessa hora um anjo aparece para Davi e manda ele erguer um altar ao Senhor em razão do castigo. O lugar escolhido foi na eira de um homem chamado Ornã, que era jebuseu. Chegando lá , Ornã se prostra diante do rei. Nesse momento Davi resolve ir a ele pedir aquele lugar para o altar ao Senhor.

O mais interessante desse relato é que como rei, Davi poderia ter reivindicado aquela terra para si. Mais isso nem ao menos foi preciso, pois partiu do próprio Ornã essa tarefa de oferecer aquele lugar, bem como, outros materiais para o sacrifício. A questão da gratidão está nesse momento. Ao receber a proposta deste homem , Davi despreza esta oferta e diz a Ornã:
“Não! Faço questão de pagar o preço justo. Não darei ao Senhor aquilo que pertence a você, nem oferecerei um holocausto que não me custe nada”.(1 Cr 21:24).

O Senhor se agrada quando damos o melhor e não o que nos sobra. Davi era um homem justo diante de Deus e sabia que tudo havia um valor. Aquele lugar tinha um valor, havia um preço a ser pago por ele e que a adoração a Deus não deveria ser feita com algo que ele ganhou de graça.

Existem pessoas que oferecem a Deus qualquer coisa. Muitos usam esta passagem, pensando nos dízimos e ofertas. A questão do dar aquilo que é devido a Deus vai além do valor, está ligado a quem vive com um coração grato.

Esta foi à diferença entre a oferta de Abel e Caim. Deus se agradou da oferta de Abel. Pela fé, Abel ofereceu maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela, depois de morto, ainda fala (Hb 11:4).

Um coração grato é um coração doador e adorador. Um coração ingrato é oposto, dá o que não lhe custa nada e que se pega em qualquer lugar, sem precisar se esforçar. O ingrato não doa, pela sua própria avareza, e se preocupa pensando no que irá perder, não crendo na recompensa do Senhor.

Jesus sempre enfatizou a necessidade de dar:

Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. (Mateus 22:21)

Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo. (Lucas 6:38 )

Em tudo o que fiz, mostrei a vocês que mediante trabalho árduo devemos ajudar os fracos, lembrando as palavras do próprio Senhor Jesus, que disse: 'Há maior felicidade em dar do que em receber'. (Atos 20:35).

Agradecer é bom, mas viver agradecido é melhor ainda!

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