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quarta-feira, 3 de outubro de 2018
Buscando...
Suspense dramático surpreendente, inovador e inventivo Buscando... (Searching, Estados Unidos, 2018) de Aneesh Chaganty cativa em seu emocionante início, à la Up - Altas Aventuras (2009), e chama atenção pelo seu formato de se passar diante da tela de um computador. Aborda os relevantes temas da perda de um ente querido pelo câncer, da amizade necessária entre pai e filhos e da proteção/exposição que damos e fazemos aos nossos filhos, mostrando que é comum um pai não conhecer o próprio filho(a).
O filme inicia com a aquisição de um computador por uma família americana, de descendência asiática. Vemos a criação dos usuários (pai, mãe e filha), a abertura das primeiras pastas, como a que contém fotos dos primeiros dia de aula da criança, o adoecimento da mãe que a levou ao óbito e assim vemos a passagem de tempo de forma fluída. É quando somos jogados na trama, onde Margot (Michelle La) uma jovem de 16 anos desaparece, e seu pai David Kim (John Cho) pede então ajuda às autoridades locais. A detetive Rosemary Vick (Debra Messing) assume o caso. Sem sucesso nas buscas, David decide invadir o computador de sua filha para procurar pistas que possam levar ao seu paradeiro. A narrativa do filme é bem estilizada, nos colocando diretamente como um usuário na frente de um computador e usando literalmente a área de trabalho do Windows, as mídias sociais, os vídeos caseiros, as imagens de câmeras de segurança, e coisas do gênero. Como vivemos isso em nosso mundo real, criamos uma identificação muito grande com o que está sendo mostrado em tela.
Indiretamente o filme mergulha em temas como a falta de privacidade em tempos de vida online, e os impactos que as novas tecnologias exercem nos relacionamentos em meio a loucura da relação social com a cibercultura. O mundo virtual não é vilanizado, como muitos filmes fazem, mas ele é parte importante do mundo real que estamos inseridos, com relações sociais . Assim, o filme expõe claramente que podemos usar a Internet para o bem, como para procurar uma pessoa desaparecida. Somos todos investigadores quando queremos descobrir algo e temos uma ferramenta tão poderosa em nossas mãos.
O trabalho da direção de Aneesh Chaganty em seu filme de estreia é louvável, Ele consegue manipular a atenção da plateia, sempre de forma sutil, usando zoom, tomadas panorâmicas, mostrando os detalhes sem ser gratuito, nos colocando na pele do protagonista, como se estivéssemos ali em sua busca. As filmagens do filme duraram apenas treze dias, em compensação, os trabalhos de edição e animação demorou cerca de dois anos para serem concluídos. Vencedor do prêmio da audiência no Festival de Sundance. Altamente recomendado.
Acompanhe o trailer de Buscando...:
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