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segunda-feira, 10 de junho de 2019

Plantando palavras, colheremos poesias


Na vida, colhemos aquilo que plantamos. É o que diz a lei da semeadura, que cada pessoa colhe o que planta. Esse ensinamento é bíblico inclusive. Em outras palavras, nossas ações têm consequências, sejam elas boas ou más. Vivemos tempos onde muitas pessoas tem plantado intolerância e ódio. Com meus filhos tenho tentado fazer diferente, pois acredito que a empatia e o amor são sentimentos mais nobres e que hão de prevalecer.

Esses dias, tenho ajudado meu filho a preparar uma apresentação para a feira cultural de sua escola, com o objetivo de incentivar o mundo da leitura as crianças. Com o tema: Plante Essa Ideia!, logo me veio à mente o livro de Socorro Aciolli, Plantou Palavra, Colheu Poesia (2014), e tratei logo de reler essa magnífica história aos meus pequenos.

O livro conta a história de Francisco, um garoto nordestino que, em meio às dificuldades da vida no sertão de Assaré, conhece a poesia. Esse encontro o deixa intrigado: como as palavras podem criar coisas tão bonitas? Como o vocabulário de todos os dias pode ser transformado em algo tão mágico? Francisco achava que poesia brotava da terra, e começou a plantar palavras. As palavras no solo não germinaram, mas Francisco encontrou terra fértil no coração de Luzia, uma garota que ele conheceu na biblioteca da escola. Conclui-se que o melhor lugar para se plantar palavras é no coração. A obra é indicada para leitura compartilhada, ou seja, adultos lendo com crianças.

É tempo de lançarmos sementes! Falemos então de coisas positivas, conversemos mais uns com os outros, pois a palavra proferida por nossos lábios, nunca volta vazia, já dizia o profeta Isaías. As palavras tem poder, assim como uma pequena semente que se transforma nunca grande árvore frondosa, nossas palavras podem nos render excelentes frutos que irão saciar nossa fome, ou uma boa sombra para descansarmos da lida, ou até uma simples paisagem para admirarmos com nossos olhos. Elas são obras da criação! Como já escrevia Patativa do Assaré: 

"Meus versos é como semente,
Que nasce arriba do chão;
Não tenho estudo nem arte,
A minha rima faz parte
Das obras da criação"

Pensemos nisso e sejamos agricultores de palavras. Se plantarmos palavras, certamente colheremos poesias.

P.S.: O texto foi publicado na Edição 100 do Agroexpresso, folhetim do Instituto Agropolos do Ceará.


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