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sexta-feira, 21 de julho de 2023

Oppenheimer

 

Biografia Oppenheimer [Oppenheimer, Estados Unidos], de Christopher Nolan é um estrondo literal na sala escura, ao apresentar a história do cientista americano J. Robert Oppenheimer e seu papel no desenvolvimento da bomba atômica.



Baseado no livro biográfico vencedor do Prêmio Pulitzer, Prometeu Americano: O Triunfo e a Tragédia de J. Robert Oppenheimer, escrito por Kai Bird e Martin J. Sherwin. O longa é ambientado durante o período da Segunda Guerra Mundial, e acompanha a vida de J. Robert Oppenheimer (Cillian Murphy), físico teórico da Universidade da Califórnia e diretor do Laboratório de Los Alamos durante o Projeto Manhattan - que tinha a missão de projetar e construir as primeiras bombas atômicas. A trama acompanha o físico e um grupo formado por outros cientistas ao longo do processo de desenvolvimento da arma nuclear que foi responsável pelas tragédias nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, em 1945. 




O filme consegue transitar entre os gêneros biografia, drama político e filme de tribunal, ao tempo em que vamos conhecendo melhor o protagonista. Desde sua visão peculiar de início de carreira, até a explosão de fato da bomba. Ao lado de outros cientistas, militares e autoridades políticas, Oppenheimer liderou o processo que levou ao extermínio de milhares de pessoas nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, em 1945. Seria ele então um gênio, ou um monstro?

Como já sabemos o final dessa história, o grande trunfo de Oppenheimer é nos levar aos detalhes mais morais e éticos desse acontecimento: para o físico, o desenvolvimento da bomba parte da ideia de frear conflitos posteriores, mas não demora até que um grande fato fique evidente: parece não haver genialidade que supere interesses políticos, demonstrada numa fotografia em preto e branco em outra linha do tempo, alguns anos à frente que é encabeçada, principalmente, pelo personagem (em uma atuação excepcional) do empresário e oficial naval Lewis Strauss (Robert Downey Jr.), fundador da Comissão de Energia Atômica dos Estados Unidos.

Nolan literalmente explodiu a bomba no set de filmagem, o que dá um efeito surreal, especialmente nas atuações. Era tudo de verdade, feito em frente às câmeras. Embora, é claro, a explosão seja de encher os olhos, é a tensão que precede o momento o que realmente torna Oppenheimer um grande filme. A preparação do Teste Trinity (o primeiro com uma arma nuclear na história) reúne o que há de mais valioso no longa: as grandes atuações do elenco e a sensibilidade de não tornar esse acontecimento um espetáculo vazio, mas uma sensação terrível, trágica e real de fim dos tempos.

As mulheres também fizeram parte da história de Oppenhaimer, sendo presenças fundamentais na vida do protagonista. Jean Tatlock (Florence Pugh) e Kitty Oppenheimer (Emily Blunt), dois relacionamentos românticos que tiveram um peso MUITO maior na vida do cientista do que o filme deixa subentendido. Enquanto Tatlock foi uma grande força política na vida de Oppenheimer, a esposa Kitty foi o alicerce que estimulou seus feitos.

A amizade com Leslie Groves, interpretado por Matt Damon, a fala do presidente dos Estados Unidos, Harry Truman (Gary Oldman), onde afirma: “ninguém se importa com quem criou a bomba, só com quem mandou jogar”. O filme é denso, longo e lento, mas que não tem um único segundo dispensável.

Veja trailer de Oppenheimer:



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