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sábado, 28 de junho de 2025

86 anos da Lindinha


Nesse 28 de junho, celebramos os 86 anos da Lindinha, com um almoço em família no Rancho do Cupim. Destaco o lindo texto da Sara, que posto aqui após as fotos.



Celebramos com mesa farta e comida à vontade. 






Texto de Sara Albuquerque, publicado no Instagram:

Ainda sentada nesse velho muro da casa 43, pensei: e se um dia eu perder a memória?
Logo me vieram à mente os muitos dias viajados com minha mãe por aí.
Os rostos de tantos familiares, de velhos amigos. Até o básico para sobreviver.
Que lembranças eu teria para pensar nos “e se” da vida?
Por outro lado, também me vieram à mente as más experiências, os traumas, os medos, as metas não cumpridas…
Isso me traria paz?
De que vive uma mente atormentada pelo Alzheimer?
Por que se esquecem até de sobreviver?
Não bastaria apenas esquecer as muitas experiências da vida?
Onde se vê Deus no Alzheimer?

💭
— Ninguém te falou? É em todo lugar! Afinal, quem melhor para nos guiar no tempo do que o Senhor do tempo?

— Naquele louvor sussurrado na mente e cantarolado baixinho pelos meus lábios.
Nos dias atordoados em que, cercada de pessoas desconhecidas, lembro vagamente quem são, a partir de uma pequena memória que me é trazida. Dá até vontade de rir — relatou ela.
— Jesus te falou, né? — retruquei.
— E quando o tempo não passa? De que te lembras?
Me olhando fixamente, meio atordoada, ela disse:
— Cadê Sâmia, que não vi mais por aqui?
— Lindinha, ninguém nunca sabe onde ela está — respondi, pensativa, olhando para a porta por onde Sâmia havia acabado de passar.
— Tem um homem aqui que não sei quem é, mas ele cuida de mim todo dia — disse ela, apontando para o marido de avental na cozinha.
— Tudo bem, Lindinha. Às vezes, não reconhecemos quem amamos.
Sorrindo, meio confusa, ela perguntou:
— E tu, Nainha, já comeu?
— Já sim, Lindinha… já comi.
— Vou me arrumar para o culto — disse ela, levantando-se do banco.
— Lindinha, são 16h de uma terça-feira. Não tem culto!
[…]

Como amo conversar com minha Lindinha…
Tenho certeza de que, todos os dias, há várias conversas entre Lindinha e Jesus.
Afinal, com quem ela canta louvores, sorri e tanto se encanta em sua solitude?

A resposta é clara — não percebeu? Deus está aí.

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu.”

Te amo, minha Lindinha!

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