Na noite do dia 30 de março de 2015, fui com minha namorada e esposa Mariana ver o drama romântico nacional Ponte Aérea (2015),
de Júlia Rezende, que nos apresenta um encontro inesperado entre um carioca
e uma paulista, que vivenciam uma turbulenta história de amor moderna
em meio a seus dramas pessoais
Um voo do Rio de Janeiro para São Paulo
tem seu curso desviado para Belo Horizonte, devido à forte chuva que
castiga a capital paulista. Diante do imprevisto, os passageiros são
hospedados em um hotel para que, na manhã seguinte, sigam para São
Paulo. Bruno (Caio Blat) e Amanda (Letícia Colin) estão neste voo e se
conhecem por acaso no hotel onde são obrigados a passar à noite. Após um
rápido flerte, eles passam a noite juntos, mas se desencontram no dia
seguinte, pois Bruno pega um voo logo cedo, em virtude da urgência de
sua viagem.
Em São Paulo, após passar o dia no
hospital, sem ter para onde ir, ele procura Amanda, enquanto que ela
está sendo promovida na agência de publicidade em que trabalha. Aos
poucos o sentimento entre eles se intensifica, mesmo que tenham que
lidar com as dificuldades dos 432 quilômetros de distância entre as
cidades que vivem. Amanda é uma jovem e bem-sucedida publicitária, Bruno
é um artista plástico talentoso mas que se recusa a amadurecer. Seu pai
deixou sua mãe quando ele ainda era garoto e agora, vivendo sozinho com
amigos, ele tem que lidar inclusive com o outro filho de seu pai, que
também é órfão de mãe.
Apesar de serem bem diferentes, Bruno e
Amanda sentem uma atração inexplicável um pelo outro e vivem um amor
momentâneo. O filme propõe então um olhar para a dificuldade dos jovens
atuais em criar laços duradouros e sua resistência em enfrentar questões
da vida adulta. Este é o grande mérito do filme, o fato dele ter
conteúdo, algo bem diferente das tradicionais comédias globais que
superlotam nossos cinemas.
O roteiro foi inspirado no livro Amor Líquido – Sobre a Fragilidade dos Laços Humanos,
do sociólogo polonês Zygmunt Bauman. O argumento escrito por Júlia
Rezende e Rafael Pitanguy levou três anos para ser concluído.
Posteriormente, L.G. Bayão entrou para a equipe de roteiristas, que
contou ainda com a colaboração de Patrícia Corso. Embora não concorde
com o tipo de romance que vai para a cama na primeira noite, entendo que
esta é a realidade do mundo que vivemos. Então, nada melhor do que
poder vislumbrar isso na tela grande, especialmente as consequências de
uma relação frágil, quando as pessoas priorizam a busca do prazer sexual
sem ao menos se conhecerem.
Letícia Colin está simplesmente
encantadora e Caio Blat esbanjando o talento de sempre. A trilha sonora
se destaca com a banda Kaiser Chiefs e sua balada Ruby, Rodrigo Amarante participa com Hourglass, Dimitri BR e Bruna Beber dividem a voz na linda e melancólica Você e a Brisa, e a clássica A Whiter Shade Of Pale da banda Procol Harum. É cinema nacional de primeira qualidade.
Ponte AéreaEstreia: 26/03/2015
Gênero: Drama, Romance
Duração: 100 min.
Origem: Brasil
Direção: Júlia Rezende
Roteiro: Júlia Rezende, Rafael Pitanguy, L.G. Bayão, Patrícia Corso
Distribuidor: Paris Filmes
Classificação: 12 anos
Ano: 2015
Confira trailer de Ponte Aérea:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Isso! Comente! Faça um blogueiro feliz!