terça-feira, 27 de junho de 2017

Meus 15 Anos


Comédia adolescente baseada no livro homônimo de Luiza Trigo Meus 15 Anos (Brasil, 2016), de Caroline Fioratti, surpreende pela qualidade de direção, trilha sonora (apesar da Anitta) e roteiro num honesto filme sobre e para o seu público alvo - a juventude, que é sempre tão maltratada em questão de conteúdo.

Aos quatorze anos de idade, Bia (Larissa Manoela) é uma garota comum, que se considera invisível na escola onde estuda, por ser impopular e nunca ter sequer beijado. Após a perda da mãe, foi criada sozinha pelo pai Edu (Rafael Infante), que contra a vontade da filha, acaba inscrevendo ela num concurso do shopping que vai sortear uma grande festa de quinze anos anos. Bia acaba ganhando o sorteio, sendo que a garota sonhadora e apaixonada por música não tem muitos amigos para convidar ao evento, por ser pouco popular na escola. Ela conta então com a ajuda do único grande amigo, Bruno (Daniel Botelho), e do pai, para consertar a situação, conseguindo convidados para festa, inclusive Thiago, o garoto mais popular do colégio (Bruno Peixoto).

Dosando bem romance e drama com comédia involuntária, sem usar de tanto de escracho, o filme conquista a plateia que acompanha e torce pela jornada se auto conhecimento inerente da fase que os personagens vivem, onde erros e frustrações são naturais e produzem o amadurecimento. Nos dias atuais, com todo o aparato tecnológico que cercam nossos adolescentes, o amadurecimento ocorre de modo tardio, o que leva a muitos a permanecerem um tempo exagerado na aba dos pais. O filme tem pequenos problemas, como a obviedade de algumas situações em seu desenvolvimento, mas nada que comprometa o resultado final.

O elenco está muito bem. A Bia de Larissa Manoela é uma personagem bem contruída, com delicadeza e atitudes comuns de uma garota de sua idade. Ela já provou que tem carisma e talento no filme O Palhaço (2011) de Selton Mello, quando interpretou Guilhermina e no sucesso do SBT, a nova versão de Carrosel (2012-2013), onde interpreta a chata Maria Joaquina, que já ganhou inclusive dois filmes no cinema Carrossel - O Filme (2015) de Alexandre Boury, Mauricio Eça Carrossel 2 - O Sumiço de Maria Joaquina (2016) de Mauricio Eça. Rafael Infante também está bem no papel de pai bobo (me identifiquei totalmente) e os demais adolescentes não comprometem com suas atuações.

Merece destaque o trabalho de direção de Caroline Fioratti, que possui experiência no núcleo de dramaturgia da Gullane Filmes, dirigiu séries para TV, curtas e longa-metragem. Desde 2016 vem atuando como diretora contratada da Paris Filmes. Aqui ela retrata muito bem o universo colegial, com excelentes tomadas de câmeras.

O roteiro baseado na obra de Luiza trigo, conhecida também como Luly Trigo, uma blogueira e escritora que tem sete livros publicados pela editora Rocco com um público-alvo bem definido: meninas entre 9 e 15 anos, o filme reforça a batida mensagem de que devemos ser quem realmente somos, e não criarmos um estereótipo para agradar alguns.

A trilha sonora de Fabio Góes é muito agradável. Com canções de Karol Conká, Clarice Falcão, Claudinho e Buchecha com a clássica Fico Assim Sem Você e uma linda versão de I'm Yours de Jason Mraz cantada por Daniel Botelho. Também temos a participação especial de Anitta cantando Príncipe de Vento. Curti também as duas músicas compostas para o filme e cantadas por Larissa e Daniel. No Olhar é daquelas que ficam grudadas na mente e Meu Pacto tem uma letra coerente e sincera. Vale conferir e baixar os hits.

Assista ao trailer de Meus 15 Anos:


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