Comédia adolescente baseada no livro homônimo de Luiza Trigo Meus 15 Anos (Brasil, 2016), de Caroline Fioratti, surpreende pela qualidade de direção, trilha sonora (apesar da Anitta) e roteiro num honesto filme sobre e para o seu público alvo - a juventude, que é sempre tão maltratada em questão de conteúdo.
Aos quatorze anos de idade, Bia (Larissa Manoela) é uma garota comum, que se considera invisível na escola onde estuda, por ser impopular e nunca ter sequer beijado. Após a perda da mãe, foi criada sozinha pelo pai Edu (Rafael Infante), que contra a vontade da filha, acaba inscrevendo ela num concurso do shopping que vai sortear uma grande festa de quinze anos anos. Bia acaba ganhando o sorteio, sendo que a garota sonhadora e apaixonada por música não tem muitos amigos para convidar ao evento, por ser pouco popular na escola. Ela conta então com a ajuda do único grande amigo, Bruno (Daniel Botelho), e do pai, para consertar a situação, conseguindo convidados para festa, inclusive Thiago, o garoto mais popular do colégio (Bruno Peixoto).
Dosando bem romance e drama com comédia involuntária, sem usar de tanto de escracho, o filme conquista a plateia que acompanha e torce pela jornada se auto conhecimento inerente da fase que os personagens vivem, onde erros e frustrações são naturais e produzem o amadurecimento. Nos dias atuais, com todo o aparato tecnológico que cercam nossos adolescentes, o amadurecimento ocorre de modo tardio, o que leva a muitos a permanecerem um tempo exagerado na aba dos pais. O filme tem pequenos problemas, como a obviedade de algumas situações em seu desenvolvimento, mas nada que comprometa o resultado final.
O elenco está muito bem. A Bia de Larissa Manoela é uma personagem bem contruída, com delicadeza e atitudes comuns de uma garota de sua idade. Ela já provou que tem carisma e talento no filme O Palhaço (2011) de Selton Mello, quando interpretou Guilhermina e no sucesso do SBT, a nova versão de Carrosel (2012-2013), onde interpreta a chata Maria Joaquina, que já ganhou inclusive dois filmes no cinema Carrossel - O Filme (2015) de Alexandre Boury, Mauricio Eça e Carrossel 2 - O Sumiço de Maria Joaquina (2016) de Mauricio Eça. Rafael Infante também está bem no papel de pai bobo (me identifiquei totalmente) e os demais adolescentes não comprometem com suas atuações.
Merece destaque o trabalho de direção de Caroline Fioratti, que possui experiência no núcleo de dramaturgia da Gullane Filmes, dirigiu séries para TV, curtas e longa-metragem. Desde 2016 vem atuando como diretora contratada da Paris Filmes. Aqui ela retrata muito bem o universo colegial, com excelentes tomadas de câmeras.
O roteiro baseado na obra de Luiza trigo, conhecida também como Luly Trigo, uma blogueira e escritora que tem sete livros publicados pela editora Rocco com um público-alvo bem definido: meninas entre 9 e 15 anos, o filme reforça a batida mensagem de que devemos ser quem realmente somos, e não criarmos um estereótipo para agradar alguns.
A trilha sonora de Fabio Góes é muito agradável. Com canções de Karol Conká, Clarice Falcão, Claudinho e Buchecha com a clássica Fico Assim Sem Você e uma linda versão de I'm Yours de Jason Mraz cantada por Daniel Botelho. Também temos a participação especial de Anitta cantando Príncipe de Vento. Curti também as duas músicas compostas para o filme e cantadas por Larissa e Daniel. No Olhar é daquelas que ficam grudadas na mente e Meu Pacto tem uma letra coerente e sincera. Vale conferir e baixar os hits.
Assista ao trailer de Meus 15 Anos:
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