sábado, 21 de maio de 2022

Callado

 


Documentário Callado (Brasil, 2021) de Emilia Silveira celebra o centenário do escritor e jornalista Antonio Callado, conhecido por sua constante militância em defesa da democracia e por sua declarada postura em relação a ditadura militar brasileira. Sempre preocupado em entender o Brasil, escreveu  grandes obras literárias como “Quarup” e “Reflexos do Baile”.


O longa traz histórias sobre os grandes livros, as principais reportagens e as inúmeras aventuras pelo Brasil e, pelo mundo, do escritor Antonio Callado (1917-1997), autor de clássicos como: Quarup, Bar Don Juan e Reflexos do Baile. O filme é uma produção 70 Filmes, em coprodução com Globo News, Globo Filmes, Canal Brasil e Sax Driver. 

Distribuído pela Bretz Filmes, o documentário conta com depoimentos da jornalista Ana Arruda, viúva de Callado, da filha Tessy Callado e, também, de jornalistas e escritores como Carlos Heitor Cony, Davi Arrigucci, Matinas Suzuki, Mauricio Stycer, Sérgio Augusto e Wilson Figueiredo. Callado publicou 18 livros, uma biografia, nove peças de teatro, além de inúmeras reportagens, artigos e crônicas. Em 1994, ele foi eleito para a cadeira 8 da Academia Brasileira de Letras. 

O filme relata episódios marcantes da trajetória do jornalista e escritor: a cobertura radiofônica desde Londres, para a BBC, da Segunda Guerra Mundial; a viagem ao Xingu para localizar os ossos do Coronel Percy Fawcett (1867-1925); a ida em fins dos anos 1960 ao Vietnã do Norte em luta contra os EUA. 

Callado engajou-se ainda, no início da década de 60, na cobertura da luta pela reforma agrária no nordeste brasileiro, a partir das Ligas Camponesas, lideradas por Francisco Julião. Enfrentando o desafio de transpor para a tela a palavra escrita, o filme se vale de grafismos e efeitos visuais para se aproximar da obra de um dos mais importantes escritores brasileiros no século XX, um mestre tanto da ficção como do jornalismo literário. 

Homem de muitas lutas, algumas ganhas e outras perdidas, buscou um país mais justo e solidário. Callado acreditou no mito de um Brasil voltado para suas origens, acolhedor com os índios e os negros. Pensava que, parafraseando Euclides da Cunha, "...o nordestino é antes de tudo um forte..." e que seríamos uma terra mestiça e feliz. Morreu trabalhando, sem ver seus sonhos realizados.

Destaque para o bode ioiô que estava no hall do cinema.

Segue trailer de Callado:



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