Uma Batalha Após a Outra

 

Drama policial Uma Batalha Após a Outra [One battle after another, Estados Unidos], de Paul Thomas Anderson apresenta um grupo de antigos revolucionários entra em ação para resgatar a filha de um deles das garras de um inimigo perigoso.

Em tempos de polarização política por embates ideológicos, com um ditador na presidência dos EUA expulsando os imigrantes, vemos um filme um tanto quanto provocativo, quando os lados ficam flertando com o outro. Filme mais cotado para ser favorito ao Oscar 2026.

Em Uma Batalha Após a Outra, Leonardo DiCaprio interpreta Bob Ferguson, um ex-revolucionário que sai da aposentadoria para enfrentar a missão mais importante de toda a sua vida: resgatar a sua filha. Tendo vivido a juventude como integrante de um grupo de guerrilha, agora a sua fracassada vida o atinge em cheio com frustrações e tristezas quando o mais cruel de sua longa lista de inimigos retorna após passar16 anos desaparecido e resolve sequestrar a garota. Diante de tamanha urgência, ele reúne seus antigos companheiros e embarca em um implacável desafio em que precisará correr contra o tempo para salvar quem ele mais ama.

O filme começa acompanhando um grupo rebelde chamado French 75, que protesta usando bombas e armas contra um governo tirano - que de fato parece bem o governo Trump... Dentre resgates de imigrantes e roubos a bancos, existe Pat (Leonardo DiCaprio), responsável por construir os objetos explosivos usados em suas missões. Ele ainda vive uma paixão ardente por Perfídia (Teyana Taylor), que também faz parte do French 75, mas se comunica através de ações irresponsáveis e impulsivas.

15 anos depois, Pat assumiu o nome de Bob Ferguson e vive sob intensa paranóia, com a filha que teve com Perfídia, Willa (Chase Infiniti, numa atuação magnífica). Porém, quando seu passado obscuro bate à porta através da figura do Coronel Steven J. Lockjaw (Sean Penn, numa performance incrível), o protagonista precisa embarcar na missão mais importante de sua vida: resgatar a filha do perigo.

Roteiro inspirado no livro Vineland, de Thomas Pynchon, mas também assinado por Paul Thomas Anderson, faz referências a situações brutais que - infelizmente - ainda acompanhamos nos dias atuais, sendo uma crítica social muito bem aplicada, especialmente aos suprematistas brancos.

Outro que rouba o filme para si é o sensei Sergio St. Carlos (Benício del Toro, ótimo como de costume), na pelo do professor de artes marciais de Willa - e que também arranja tempo para organizar uma rede de apoio aos imigrantes latinos. O senso de humor permeia todo o filme.

O retrato do fascismo opressor que se baseia no preconceito contra os outros é cercado de ódio, mas é enfrentado pela sagacidade e força que apenas uma comunidade capaz de se unir contra o mal pode mostrar. Enquanto os sentimentos negativos assumem o poder autoritário, é a compaixão que reacende a chama da revolução. Vai ser um forte concorrente ao nosso O Agente Secreto.

Segue o trailer: