A Cidade do Sol

Nos últimos 2 meses de 2009 li este excelente livro chamado A cidade do sol (título original: A Thousand Splendid Suns), romance do escritor afegão Khaled Hosseini, autor de O Caçador de Pipas e recomendo a sua leitura, pois além de conhecer 40 anos da História do Afeganistão, somos apresentados a cultura local, a religião islâmica e ainda nos emocionamos com a história de duas mulheres fabulosas: Mariam e Laila.

O livro é dividido em 4 partes. A primeira parte nos apresenta Mariam, a segunda Laila, e na terceira as duas passam a ter um relacionamento, pois contra a vontade das duas passam a morar no mesmo teto, sendo ambas esposas de Rashid, um homem truculento que não merece tantos comentários. No livro, há intercalações entre os capítulos, um voltado para Mariam, outro para Laila, achei interessante apresentar os dois pontos de vistas convergindo...

A quarta parte é uma continuação da terceira, mas coube uma divisão devido a um acontecimento trágico que houve na história das duas mulheres.

Como os dois primeiros capítulos são mais descritivos, são um pouco cansativos, mas extremamente essenciais para o livro como um todo. Quanto chegamos a terceira parte, já estamos completamente envolvidos com a história, tanto que tratava Mariam e Laila como personagens reais, conhecidas minhas... Chegava a ser engraçado eu ficar comentando a leitura com minha esposa...

A leitura é um tanto quanto visceral, pesada, violenta. O escritor escreve sem pudores, não que o livor seja imoral, mas ele é bem realista, e algumas vezes nos faz sentir a dor experimentada pelos personagens, tão eficaz é sua descrição. Inúmeras vezes cheguei às lágrimas...

Segue uma sinopse do livro: Mariam tem 33 anos. Sua mãe morreu quando ela tinha 15 anos e Jalil, o homem que deveria ser seu pai, a deu em casamento a Rasheed, um sapateiro de 45 anos. Ela sempre soube que seu destino era servir seu marido e dar-lhe muitos filhos. Mas as pessoas não controlam seus destinos. Laila tem 14 anos. É filha de um professor que sempre lhe diz: "Você pode ser tudo o que quiser." Ela vai à escola todos os dias, é considerada uma das melhores alunas do colégio e sempre soube que seu destino era muito maior do que casar e ter filhos. Mas as pessoas não controlam seus destinos. Confrontadas pela História, o que parecia impossível acontece: Mariam e Laila se encontram, absolutamente sós. E a partir desse momento, embora a História continue a decidir os destinos, uma outra história começa a ser contada, aquela que ensina que todos nós fazemos parte do "todo humano", somos iguais na diferença, com nossos pensamentos, sentimentos e mistérios.

Então é isso! Não trata-se de um livro cristão, mas adorei lê-lo, e recomendo sim sua leitura!

P.S.: Minha filha se chamará Ingrid Ester, mas caso tenha mais de uma garota, certamente a mais nova se chamará Mariam, até porque remete a Mariana, nome da minha linda esposa, que agora está metida a Loira, que remete a Laila...