Na noite deste 5 de janeiro de 2016, após um passeio pelo Shopping Rio Mar Fortaleza com a família, comprei um sanduíche da Cia do Churrasco e fui ver numa sessão lotada, o filme baseado
em fatos reais, As Sufragistas (Suffragette,
2015)
de Sarah Gavron retrata episódios em torno de um grupo de
mulheres que resistia à opressão de forma passiva, sendo ridicularizadas e
ignoradas pelos homens, até terem que optar por meios mais violentos.
O filme se passa no início do século XX (1912),
após décadas de manifestações pacíficas, as mulheres ainda não possuem o
direito de voto no Reino Unido, quando um grupo militante decide coordenar atos
de insubordinação, quebrando vidraças e explodindo caixas de correio, para
chamar a atenção dos políticos locais à causa.
O grande mérito do filme é o arco narrativo da
lavadeira, Maud Watts (Carey Mulligan, muito segura no papel) que já sofreu com
a opressão masculina, sem nunca ter questionado o sistema, e que aos poucos vai
descobrindo seus direitos como cidadã, e mesmo sem nenhuma formação política,
descobre o movimento de sufrágio e passa meio que involuntariamente a cooperar
com as novas feministas, se rebelando contra as injustiças de gênero que
destituem as mulheres de direitos básicos de cidadania. Ela enfrenta grande
pressão da polícia e dos familiares para voltar ao lar e se sujeitar à opressão
masculina, mas decide que o combate pela igualdade de direitos merece alguns
sacrifícios.
O movimento sufragista, que reivindicou durante
anos o direito ao voto feminino, ganha força e encontra na ativista e uma das
fundadoras da ação, Emmeline Pankhurst (Meryl Streep, que aparece em apenas uma
cena), a forma para conseguir fazer mudanças, frente ao avanço da urbanização e
da industrialização, uma vez que as mulheres ansiavam em ter um lugar na
sociedade. O movimento sufragista ganhou força nos Estados Unidos e na
Inglaterra, mas só em 1883 o voto feminino foi permitido, na Nova Zelândia.
O preço para lutar pelo sufrágio universal, como
Maud descobre bem cedo, é ser assediada, espancada, encarcerada e aos poucou
vai refletindo sobre as injustiças de gênero cometidas. O roteiro de Abi Morgan
é bem didático e expõe tudo cuidadosamente. Sarah Gavron utiliza-se de uma
câmera de mão para acompanhar de perto a saga dessa mulher comum, que se tornou
uma feminista e participou indiretamente de um evento que chamou a atenção da
imprensa para a causa. Destaque para a direção de arte na recriação da época em
que o filme se passa.
A partir do momento em que começam a encarar uma
crescente agressão da polícia, elas decidem se rebelar publicamente. Um dia,
após sair da lavanderia em que trabalha, Maud se assusta com o caos de um
protesto e acaba reconhecendo uma companheira de trabalho entre os
manifestantes. A partir desse momento, a personagem decide reivindicar seus
direitos como mulher e a lutar por sua dignidade. Vemos em tela a luta das
mulheres pela igualdade e pela eliminação de dogmas machistas impostos. A cena
da separação de Maud e do filho é tocante. No final, uma relação de países e o
ano em que as mulheres tiveram direito a voto. Uma aula de história no cinema.
Título: As Sufragistas (Suffragette)
Estreia: 24/12/2015
Gênero: Drama,
História
Duração: 106
min.
Origem: Reino
Unido
Direção: Sarah
Gavron
Roteiro: Abi Morgan
Distribuidor: Universal
Pictures do Brasil
Classificação:
12 anos
Ano:
2015
Segue o trailer de As Sufragistas:
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