Embora traga referência a King Kong em seu título, Kong - A Ilha da Caveira (Kong – Skull Island, EUA/Vietnã, 2017), de Jordan Vogt-Roberts trata-se de um filme de monstro, que tenta mostrar um prelúdio da famosa história e que cumpre seu papel, embora derrape em seu segundo ato, entrega o primeiro e o terceiro ato de forma que entretém o público, mesmo sendo um filme esquecível. É louvável o trabalho desempenhado pela produtora Legendary Pictures apresentando filmes com a temática monstro, tais como Círculo de Fogo (Pacific Rim, 2013) de Guilhermo Del Toro, e o recente A Grande Muralha (The Great Wall, China/EUA, 2016), de Zhang Yimou e quem sabe em breve possam nos trazer Godzilla! (Fiquem na sala escura após os créditos, tem cena importante! E peçam pra apagar a luz!!!).
A primeira cena se passa em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial quando dois aviões, um americano e outro japonês, são abatidos em pleno combate aéreo com os dois pilotos sobrevivendo, e caindo numa ilha desconhecida no Pacífico Sul. Lá eles dão continuidade à batalha, sendo surpreendidos pela aparição de um macaco gigante: Kong. Mas o que nos deixa mais surpreso, ocorre antes do macaco gigante aparecer... O piloto japonês salta do cockpit do avião, com uma espada samurai!
Daí o filme salta para 1973, quando Bill Randa (John Goodman) tenta obter junto a um político norte-americano a verba necessária para bancar uma expedição à tal ilha perdida, onde ele acredita que existam monstros, mas precisa de provas concretas. Após obter a quantia, ele coordena uma expedição que reúne militares, liderados pelo coronel Preston Packard (Samuel L. Jackson), que está prestes a retornar aos EUA com sua tropa, após o fiasco no Vietnã, o rastreador James Conrad (Tom Hiddleston) e a fotógrafa Mason Weaver (Brie Larson).
O filme apresenta referências a Apocalipse Now (1979) de Francis Ford Coppola principalmente na fotografia, que é muito boa nas cenas iniciais, mas que vai se tornando comum ao longo da projeção, perdendo todo o brilho de algumas cenas memoráveis, como a dos helicópteros com o Kong ao fundo vista no poster. Outra crítica que faço, é aos efeitos visuais do Kong. É notório que existem vários Kongs ao longo do filme, e isso está perceptível em tela, seja pela pelagem do bicho, pelo seus movimentos, o fato é que cada vez que o monstro surge, reparamos algo digamos diferente no monstro. A trilha sonora também é bacana, aproveita o estilo que já vimos em Círculo de Fogo, só que as canções são inseridas muitas vezes da mesma forma, com alguém apertando o play, ou colocando a agulha no disco... Até caixas de som potentes os helicópteros possuem! Fica um pouco forçado...
Com muitos personagens em tela, poucos tem o desenvolvimento adequado, desperdiçando o talento dos atores, de modo que nem o nome dos personagens principais lembramos ao final da projeção. No entanto, o maior problema do filme é o seu ritmo, fruto de uma montagem se não equivocada, um tanto quanto estranha, especialmente no segundo ato, quando os personagens estão separados pela ilha. Vemos os recortes muito claramente na tela grande: cena do James Conrad com máscara de gás, cena com o Kong salvando a mocinha da vez: Mason Weaver, e por aí vai...
Apesar disso, o filme é muito bom e vale à ida ao cinema para quem gosta de filme de monstros. Vi numa sala comum, pois dispenso o 3D sempre que posso, mesmo o da sala Imax, que deve valer o ingresso pelo som, não pelos efeitos tridimensionais, que só servem pra deixar o espectador com dores de cabeça.
Assista ao belo trailer de Kong - A Ilha da Caveira:
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