Thriller psicológico Não Olhe [Look Away, Estados Unidos, 2018], de Assaf Bernstein, não passa de um distúrbio psicológico de personagem, ou se duvidar, uma espécie de possessão sobrenatural numa jovem de 18 anos cheia de traumas, tudo isso contado num ritmo lento de contemplação.
Maria é uma garota reprimida, tem poucos amigos, mantém uma relação fria com os pais, jamais teve namorados ou pretendentes, não demonstra aspirações específicas para o futuro. Ao seu redor, o ambiente transpira erotismo: a única amiga, Lily (Penelope Mitchell) troca beijos e carícias com o namorado na frente de Maria, causando inveja na jovem. O pai cobra uma postura da filha, mas em nada ajuda. Ele é cirurgião plástico, venera a beleza feminina e aparenta ter várias amantes. A mãe, é apenas uma figurante na família, um zero à esquerda.
O grande viés do filme é a questão sexual da personagem. Os desejos reprimidos surgem numa cena de masturbação em frente ao espelho, quando ela se depara com uma suposta irmã gêmea, abandonada pelo pai por ter nascido imperfeita. Quando há a transformação da personagem, o ímpeto sexual se torna violento e caricato ao ser encenado por uma atriz nem tanto talento a entregar.
No fim, fica claro a mensagem de que não podemos nos entregar aos devaneios de nossa mente, à ponto de sermos literalmente possuídos pelo inimigo que nos torna facilmente numa máquina de praticar o mal. Até que ponto represar os desejos nos causa mais mal do que bem. Existe uma linha tênue, que nos separa de quem nos vemos no espelho... Cruzar esta linha pode custar um preço muito alto.
Veja o trailer de Não Olhe:
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