Na noite desse 16 de abril de 2018, estive na pré estreia do filme Paulo, Apóstolo de Cristo (Paul, Apostle of Christ, Estados Unidos, 2017) de Andrew Hyatt que conta a história de Paulo para os cristãos, perdendo uma oportunidade de usar o cinema para alcançar não convertidos, reduzindo a história do apóstolo para meras citações dos principais versículos escritos por ele, sendo mais um filme contemplativo, do que propriamente uma biografia da vida de Paulo.
O filme se passa no ano 67 D.C., quando Paulo (James Faulkner, de Game of Thrones e Downton Abbey) que fora um dos perseguidores de cristãos mais cruéis de seu tempo, até ter um encontro com o próprio Jesus e a partir desse momento, se tornar um dos apóstolos mais influentes do cristianismo. "Esta afirmação é fiel e digna de toda aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior".
Quando ainda se chamava Saulo de Tarso, Paulo dedicava sua vida a perseguir cristãos até que, de acordo com o relato bíblico, teve uma visão de Jesus e se tornou um propagador do evangelho pelo Império Romano. Essa incrível transformação não é apresentada de modo claro no filme, apenas com uso de flashbacks do momento em que ele teve o encontro com Cristo.
O filme acompanha os últimos dia da vida de Paulo em uma prisão romana enquanto o apóstolo aguarda por sua execução. Na cadeia, o influente religioso que escreveu a maior parte dos livros do Novo Testamento recebe a visita de Lucas, o Evangelista (interpretado por Jim Caviezel, sempre excelente) que enfrenta a perseguição para transcrever diversas cartas de Paulo para as crescentes comunidades cristãs. Caviezel retorna aos filmes religiosos depois de interpretar Jesus no excelente A Paixão de Cristo (The Passion of the Christ, 2004) de Mel Gibson.
O filme tem sérios problemas de ritmo e de roteiro. A ideia de abordar a relação de Lucas com Paulo é interessante, mas torna o filme monótono, desprovido do senso de urgência. O roteiro fica confuso ao usar personagens como Priscila (Joanne Whalley) e Áquila (John Lynch) sendo aqueles que escondem os cristãos em sua propriedade. O uso da trilha incidental não acrescenta, apenas enfatiza o que está sendo mostrado, sendo extremamente brega.
Talvez eu tenha criado muita expectativa nesse novo filme da Affirm Films, o estúdio responsável por produções religiosas como os excelentes Desafiando Gigantes (Facing the Giants, 2006) de Alex Kendrick, À Prova de Fogo (Fireproof, 2008) de Alex Kendrick, Corajosos (Courageous, 2011), Quarto de Guerra (War Room, 2015) de Alex Kendrick, Ressurreição (Risen, 2016) de Kevin Reynolds e até a recente animação Estrela de Belém (The Star, Estados Unidos, 2016) de Timothy Reckart.
Em 2015 foi anunciado que Hugh Jackman viveria o Apóstolo Paulo em um filme financiado pela Warner Bros. e anunciado como a produção de temática cristã mais ambiciosa desde A Paixão de Cristo. Segundo o Deadline, Matt Damon e Ben Affleck seriam os produtores do longa-metragem. Não se sabe o status atual da produção, mas muito pouco foi dito sobre o projeto desde então. Aguardar por uma produção mais ambiciosa que aproveite melhor o conteúdo da vida paulina.
Paulo, Apóstolo de Cristo, estreia em 3 de maio nos cinemas. Confira o trailer:
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