sexta-feira, 16 de março de 2018

Maria Madalena


Drama Maria Madalena (Mary Magdalene, Reino Unido, 2017) de Garth Davis narra a história de Maria de Magdala, descrita no Novo Testamento como uma das discípulas mais dedicadas de Jesus Cristo, apóstola dos apóstolos, ex-prostituta salva por Jesus do apedrejamento, atormentada por sete demônios, alguns afirmam que foi a esposa de Jesus, irmã de Marta e Lázaro, primeira testemunha da ressurreição, enfim, muito se fala dessa mulher na bíblia, logo ela não poderia deixar de um filme...


O filme mostra a vida sofrida da jovem pescadora Maria Madalena (Rooney Mara),  que em busca de uma nova maneira de viver, contrariando as pressões da sociedade, sua família e o machismo de alguns apóstolos, junta-se a Jesus de Nazaré (Joaquin Phoenix) em sua incansável missão de propagar a fé. Assim, ela contrariou a própria família, que queria lhe arranjar um casamento, para seguir como discípula.

Cristo é sempre retratado a partir do ponto de vista da protagonista, que, na época, sofria represálias por exercer liderança e demonstrar empoderamento feminino, tido pelos homens daquele tempo como comportamento não apropriado às mulheres. Maria Madalena assume protagonismo entre os apóstolos. Ela aceita a palavra do Messias intensamente e acaba tendo papel importante no contato com as pessoas que o grupo tenta arrebanhar. E sua relação com Jesus é reforçada por uma atenção especial dedicada a ela.

Considerada por séculos prostituta e pecadora. O longa joga luz sobre a história da personagem, que enfrentou preconceito, e tenta afastá-la de polêmicas. Madalena é acusada de ter demônios, o que faz com que outros apóstolos tentem tirá-la do caminho da peregrinação. Porém, ela segue firme e, fiel, fica ao lado de Jesus no momento de sua morte, sendo inclusive, a primeira testemunha da ressurreição. Assim, o filme apresenta uma personagem bíblica feminista, se aproveitando do empoderamento feminino que é tão falado ultimamente. 

Chama atenção o personagem de Pedro (Chiwetel Ejiofor) que está bem caracterizado e verossímel, assim como Judas Iscariotes (Tahar Rahim). Achei a interpretação de Joaquin Phoenix fraca. Ele não consegue expressar o Jesus que eu conheço, que fala através do olhar, que tem plena convicção de sua fé. Achei esse Jesus meio receoso, duvidoso, o que não condiz com o homem que dividiu a história. O roteiro de  Helen Edmundson e Philippa Goslett não aborda questões acerca de um possível romance entre Maria e Jesus, apesar de várias trocas de olhares entre os dois, além do fato do casal protagonista serem namorados na vida real. Achei a fotografia do filme muito escura e o ritmo extremamente lento, embora a proposta do filme seja reflexiva.

Veja o trailer de Maria Madalena:

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