quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Pantera Negra


Primeiro filme de super herói de 2018, Pantera Negra (Black Panther, Estados Unidos, 2017) de Ryan Coogler chama atenção por abordar temas importantes como injustiças praticadas aos negros, cultura africana e relacionamentos políticos, afinal sábios constroem pontes, tolos erguem barreiras. O vilão é mais interessante que o personagem principal e sua motivação é tão clara, que chegamos a torcer por ele. O destaque negativo é o 3D, que especialmente nas cenas coreanas deixam a plateia com náuseas.


Enfim conhecemos a história de T'Challa (Chadwick Boseman), príncipe do reino de Wakanda, que perdeu o seu pai o rei rei T'Chaka (John Kani) no filme Vingadores: Era de Ultron (Avangers: Age of Ultron, 2015), de Joss Whedon quando ele viajou para os Estados Unidos, e teve contato com os Vingadores. Entre as suas habilidades estão a velocidade, inteligência e os sentidos apurados.



Quando ele retorna a Wakanda para a cerimônia de coroação, vemos a reunião com as cinco tribos que compõem o reino, sendo que uma delas, os Jabari, não apoia o atual governo. T'Challa logo recebe o apoio de Okoye (Danai Gurira), a chefe da guarda de Wakanda, da irmã Shuri (Laetitia Wright), que coordena a área tecnológica do reino, e também de Nakia (Lupita Nyong'o), a grande paixão do atual Pantera Negra, que não quer se tornar rainha. Juntos, eles estão à procura de Ulysses Klaue (Andy Serkis), que roubou de Wakanda um punhado de vibranium, alguns anos atrás.


É muito interessante esse retorno da Marvel a ideia original de ambientar a realidade de um herói específico, como foi o seu início com Homem de Ferro (Iron Man, 2008) de Jon Favreau há dez anos. A cultura africana é destacada ao longo do filme, seja na trilha sonora com tambores tocando, figurino rebuscado, utilização de danças e lutas, ou na fotografia paisagística que utiliza-se inclusive de tomadas das Cataratas do Iguaçu.

No entanto, a questão política, especialmente relacionada as questões raciais são prepoderantes ao longo do filme. O vilão Killmonger (Michael B. Jordan) é muito bem constituído e pode facilmente ser traçado um paralelo entre os ideais de Martin Luther King (uma espécia de T'Challa) e Malcolm X (mais radical como o Killmonger) a respeito da posição dos negros na sociedade norte-americana, lá pela década de 60. Destaca-se nesse aspecto a direção de Ryan Coogler que já tinha demonstrado saber abordar questões raciais no excelente Fruitvale Station - A Última Parada (2013).O filme consegue ainda abordar pontos relacionados a questão de refugiados, tão em voga atualmente.

Não bastasse tudo isso, o filme consegue ser ainda feminista ao lidar com excelente atrizes interpretando ótimos papéis. Lupita Nyong'o Letitia Wright se destacam como mulheres fortes e decididas, que se destacam na estrutura de poder de Wakanda. Assim, o filme não é uma continuação direta de Capitão América: Guerra Civil (Captain America: Civil War, 2016) de Anthony Russo e Joe Russo, mas se insere bem no universo cinematográfico da Marvel.

Veja trailer de Pantera Negra:

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