terça-feira, 16 de setembro de 2014

Filme: Rio Eu Te Amo

Na tarde deste 16 de setembro de 2014, estive com a família no Shopping Palladium em Curitiba vendo o filme "Rio Eu Te Amo". Foi uma sessão exclusiva para minha família, pois fomos os únicos na sala de projeção. Fazia tempos que isso não acontecia...
Passei 15 dias sem ver um filme no cinema devido a viagem e poder voltar a desfrutar da sala escura, me trouxe uma sensação muito agradável. E ainda mais, por se tratar de um filme que é uma declaração de amor a uma cidade que eu adoro.

O filme mostra várias imagens belíssimas da cidade maravilhosa, muitas delas que eu já tive a oportunidade de desfrutar com meus próprios olhos. Cada curta, me trazia alguma lembrança de momentos vividos na capital carioca. E em saber que nestes dias, também estava vivenciando momentos inesquecíveis no Paraná e em Santa Catarina.

Então, recebi com muita alegria esse novo episódio da série de filmes Cidades do Amor, que reúne 10 demonstrações de amor, através de curtas metragens de diretores brasileiros e internacionais. Cada uma das histórias revela um bairro e uma característica marcante da cidade maravilhosa. O roteiro ficou bem definido, mesclando bem cada história/personagem. Vamos a elas:
Dona Fulana, de Andrucha Waddington
O filme mostra o jovem Leandro à procura de sua avó, que conheceu quando criança, e a quem julgava estar morta. Certo dia, ele a encontra na rua, mendigando pelo Rio. Dona Fulana se orgulha de morar na rua, e de lá não quer sair. Mesmo com os apelos do neto, ela se recusa a voltar para casa, e ainda o leva numa experiência inesquecível pelo Rio de Janeiro. Realmente nas ruas do Rio vemos muitos seres humanos em situação de rua. A cena final me lembrou muito a cena da cachoeira no filme "O Som ao Redor".
La Fortuna, de Paolo Sorrentino
Com um clima de suspense italiano, conhecemos uma ex-modelo e seu marido que vêm para o Rio de Janeiro passar férias em uma linda casa de praia. Mas ele, quase senil, está cansado da atitude controladora da mulher, e decide por um fim nessa situação. Achei um curta divertido, mas não é dos melhores na projeção.
A Musa, de Fernando Meirelles e Cesar Charlone
Achei este curta uma mini obra-prima. O escultor Zé reproduz nas areias de Copacabana obras mundialmente conhecidas, até o dia em que vê passar uma linda jovem no calçadão. Sonhando com sua nova musa, ela o inspira a criar uma escultura original. Quem já passeou em Copacabana, já deve ter visto belas esculturas na areia. Adorei!!!


Acho que Estou Apaixonado, de Stephan Elliott
Um dos curtas que mais utilizam as belíssimas paisagens do Rio. Aqui vemos a história de Jay, uma estrela do cinema que está no Brasil para divulgar seu novo filme no Festival do Rio. Já tive o privilégio de ver algumas sessões deste Festival. Ao chegar na cidade, Jay não vê a hora de ir para o hotel descansar, mas seu motorista (Marcelo Serrado) não para de puxar conversa, falando sobre a cidade e mostrando os pontos turísticos. É quando Jay se depara com o Pão de Açúcar, fica deslumbrado e faz com que o motorista o leve até o ponto turístico, e ambos decidem escalar o morro. Lembrei da primeira vez que fui ao Rio, e como é impactante se deparar com esta obra-prima da natureza.

Quando Não Há Mais Amor, de John Turturro
O curta de Turturro foi o menos instigante pra mim. Apresenta um casal em crise, que viaja até a ilha de Paquetá, para perceber que seu casamento está chegando ao fim. Eles aproveitam a ocasião para fazer uma bela despedida. Não senti amor nesse filme...

Texas, de Guillermo Arriaga
Talvez o melhor curta, seja o Arriaga. Somos apresentados a Texas, um ex-lutador de boxe, que após um acidente de carro  perde um braço e deixa sua esposa paraplégica. Movido pelo sentimento de culpa, ele esta disposto a fazer de tudo para arrecadar o dinheiro necessário para a cirurgia que pode curar sua mulher. Com isso, acaba se envolvendo em uma rede lutas clandestinas num dos morros do Rio de Janeiro, ao melhor estilo Clube da Luta. Embora seja uma história de amor triste e sombria, o final em aberto proporciona que cada um imagine quem é o vencedor da luta final.
O Vampiro do Rio, de Im Sang Soo
Este é o curto menos real, ainda assim, é possível fazer uma analogia interessante. Fernando é um garçom de meia-idade que trabalha num movimentado restaurante turístico. Ele mora no Vidigal e guarda um grande segredo, o fato dele ser um vampiro. Fernando é apaixonado pela vizinha Isabel, uma mulher bonita e batalhadora, que trabalha como prostituta para sustentar a filha. Assim, vemos uma divertida história de vampiros no Vidigal, envolvendo inclusive o carnaval carioca e com um estilo de roteiro peculiar do cinema asiático. Concordo que os garçons do Rio são verdadeiros vampiros sangue sugas de gorjetas, mas não precisava ir tão ao pé da letra...
Pas de Deux, por Carlos Saldanha
Talvez essa seja a história mais poética. Apresenta um casal de bailarinos que esta ensaiando para um novo espetáculo, quando o personagem de Rodrigo Santoro recebe um convite para se apresentar no exterior. O jovem hesita em aceitar a proposta com medo de prejudicar seu relacionamento com a parceira. Faltando poucos minutos para entrar no palco, a discussão se agrava, mas o show tem que continuar. E assim os bailarinos sobem ao belíssimo palco do Theatro Municipal do Rio, onde já tive o privilégio de ver belíssimas apresentações. Enquanto se apresentam, eles discutem a relação, o que torna a apresentação ainda mais marcante, especialmente pela beleza no uso das sombras.

O Milagre, por Nadine Labaki
Vemos neste trecho, a parte mais divertida do filme. Ele acontece durante uma filmagem no Rio, onde um casal de atores famosos conhecem um menino que acredita receber telefonemas de Jesus. No início, eles o encaram com desconfiaça, mas depois percebem que o "Jesus" com quem ele fala não é quem o menino esta pensando, e sim traficantes que estão consudindo as crianças para um mal caminho. Eles decidem ajudar o garoto e a história repleta de recursos de fábula social ganha um novo rumo e um final feliz. Hilário!!!

Inútil Paisagem, por José PadilhaTalvez o filme de Padilha tenha sido mal interpretado por mim. Vemos Wagner Moura, um instrutor de asa-delta que analisa sua relação com as pessoas e a cidade durante um voo na Pedra Bonita. Já tive o privilégio de fazer esse vôo, e a sensação é agradável, embora esperasse algo mais radical. Foi um bom pretexto pra mostrar bonitas imagens e discutir com o Cristo que está de braços abertos sobre a Guanabara.

No frigir dos ovos, o filme se mostra bem agradável, e é uma bela homenagem a cidade maravilhosa. Recomendo.


Segue trailer:

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