sábado, 24 de outubro de 2020

Borat: Fita de Cinema Seguinte


Documentário de comédia dramática vergonha alheia Borat: Fita de Cinema Seguinte (2020) de Jason Woliner, após 14 anos do hilário filme de 2006 Borat - O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América de Larry Charles, desta feita tratando de temas polêmicos como negacionismo científico, xenofobia, aborto e pedofilia, Cohen usa no roteiro o humor para apresentar situações absurdas e revelar como as pessoas reagem a elas. 

Na trama, após passar anos em uma prisão no Cazaquistão, Borat (Sacha Baron Cohen) é escolhido para entregar um macaco de presente para o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, a fim de tentar reatar a amizade entre os dois países. Porém, no caminho, ele acaba se vendo obrigado a dar sua própria filha, Tutar (Maria Bakalova), de presente, enquanto revela o lado não tão bonito dos EUA.

Logo no início, enquanto tenta levar Tutar para Pence, Borat decide comprar uma jaula para colocar a filha durante a viagem. Ao chegar em uma loja, ele faz uma referência às crianças mexicanas que são afastadas da família no processo de deportação. A reação do lojista é apenas uma risada, concordando com a situação.

Durante um momento do filme, Borat diz que precisa se aproximar de Pence, mas não deve chamar a atenção das pessoas. Para conseguir isso, ele decide ir à Conferência da União Conservadora Americana (CPAC) usando uma roupa da Ku Klux Klan (KKK).

Um dos momentos mais polêmicos do filme é quando Tutar engole um boneco em formato de criança e vai até um centro de saúde da mulher para pedir para retirá-lo de dentro dela. A sequência é construída para parecer que ela quer fazer um aborto; porém, o médico se recusa, mesmo com ela falando que só tem 15 anos e não quer sentir dor, ou quando Borat informa que foi ele mesmo quem colocou a criança dentro da filha.

Em outro momento bastante delicado (e extremamente antissemita), Borat decide se matar e vai até uma sinagoga para “aguardar o próximo tiroteio em massa”. Após ter se desentendido com a filha, que foge para se tornar uma jornalista, Borat participa de um comício de direita, com pessoas que não acreditam nos perigos do novo coronavírus. Disfarçado, ele canta com a multidão — onde ninguém está usando máscara — sobre injetar "gripe de Wuhan no ex-presidente Obama" e cortar jornalistas "como os sauditas fazem".

Nos momentos finais do filme, o ex-prefeito de Nova York — e atual conselheiro e advogado de Donald Trump —, Rudy Giuliani, é entrevistado por Tutar, que finge trabalhar em um canal conservador. Após a conversa, os dois vão para um quarto de hotel, e Giuliani aparece colocando a mão dentro das calças na companhia de Tutar. A sequência é interrompida com Borat aparecendo no quarto enquanto grita: "Ela tem 15 anos! É muito velha para você!" (Bakalova tem 24 anos).

Misturando ativismo com entretenimento, Sacha Baron Cohen, revive o repórter cazaque fictício Borat Sagdiyev, no filme que foi gravado recentemente em segredo, inclusive durante a pandemia do Coronavirus, trazendo uma explicação inusitada para como o vírus foi propagado pelo mundo.

Destaque para a cena em que Bolsonaro aparece no 'Clube dos Tiranos', ao lado de Kim Jong-Un e Donald Trump. Escandaloso e hilário, o filme é uma prova de que Baron Cohen é um gênio do humor (e muito corajoso), num mundo regido pela desinformação, onde os conservadores enrustidos conseguem eleger seus representantes.

Acompanhe o trailer de Borat: Fita de Cinema Seguinte:



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