Blockbuster Homem-Aranha: De Volta ao Lar (Spider-man - Homecoming, Estados Unidos, 2016), de Jon Watts é um reboot do filme do amigo da vizinhança de 2002, que já havia fracassado em 2012, por não trazer o personagem aliado ao Universo Marvel, mas apenas no afã de arrecadar bilhões para os cofres dos detentores dos direitos econômicos do aracnídeo. Apesar de ser um pouco longo, o filme cumpre o que se propõe, entregando um aranha divertido na sua adolescência, descobrindo seus poderes, enfrentando um vilão com as motivações bem exposta e que nos remete ao vencedor do Oscar 2015 Birdman (Birdman or The Unexpected Virtue of Ignorance, 2014) de Alejandro González Iñárritu, pelo excelente trabalho de Michael Keaton.
Desde o primeiro filme, de 2002, a franquia já vendeu mais de 30 milhões de ingressos no Brasil. Foram três filmes da primeira leva e depois houve um reboot em 2012, com outros dois títulos. No mundo foram quase US$ 4 bilhões arrecadados. Retomada da franquia de um dos super-heróis mais queridos da Marvel. Sai Andrew Garfield (31 anos no último filme) e entra Tom Holland (21), para aumentar a identificação com o público mais jovem. Reforçando a convergência entre os heróis da Marvel, que agora inclui até troca de personagens entre estúdios diferentes, o novo Homem-Aranha já apareceu em Capitão América – Guerra Civil, da Disney. Neste novo filme, ele recebe a visita do Homem de Ferro, Tony Stark e conta com um vilão muito bem explanado, o Abutre, interpretado pele sempre excelente Michael Keaton.
Depois de atuar ao lado dos Vingadores, vemos aqui o jovem Peter Parker (Tom Holland) voltar para casa e para a sua vida, já não mais tão normal. Lutando diariamente contra pequenos crimes nas redondezas, ele pensa ter encontrado a missão de sua vida quando o terrível vilão Abutre (Michael Keaton) surge amedrontando a cidade, com armas feitas com os restos da batalha alienígena de Nova Iorque, mostrada no primeiro Vingadores. O Abutre era o responsável pela empresa de recolhimento do lixo, que investiu em equipamentos para limpar a cidade dos destroços, mas que foi impedido quando o governo assumiu a função. O problema é que a tarefa do aranha não é tão fácil como ele imaginava, ainda mais quando ele perde a roupa dada pelo Stark (Robert Downey Jr., com suas sempre excelentes aparições) e passa a atuar novamente com uma roupa comum, conseguindo então impedir um roubo de armas de uma aeronave do Stark e fazendo por merecer receber o uniforme novamente.
O elo de ligação entre a realidade vivida por Parker e o "estágio" nas empresas Stark é Happy Hogan (Jon Favreau) que embora seja um coadjuvante, consegue um pouco mais de espaço aqui. Por mais que faça falta uma explanação sobre o Tio Ben, e o interesse romântico de Peter não seja uma Mary Jane ou Gwen Stacy, ela está bem colocada no filme, como filha do vilão. Algo que só é revelado pelo roteiro num momento conveniente. O ponto alto do filme é a pegada cômica, com um humor leve e divertido, capaz que colocar o sorriso na plateia. Nesse sentido, Tom Holland merece os elogios que tem recebido da crítica, assim como a ótima atuação do amigo de Parker e alívio cômico Ned (Jacob Batalon) um nerd declarado que causa muita identificação com o público. Destaco também as aparições do Capitão América, inclusive na cena pós-créditos, que por mais simples que seja, faz valer o esforço de quem fica até o fim da sessão.
Segue trailer de Homem-Aranha: De Volta ao Lar:
Eu pensei que era um excelente filme! Diferente de vários outros filmes de heróis que aparecem por aí, Homem-Aranha: De Volta ao Lar não deixa de lado o que Peter Parker é como ser humano. Ele quer ser aceito. Quer mostrar que é capaz. Estamos falando da essência, daquilo que faz o personagem ser um dos mais amados do mundo. Apesar dos superpoderes que vieram da picada daquela aranha radioativa, Peter Parker é gente como a gente. Com muito bom-humor, cenas de ação que não tentam destruir o mundo a cada 30 minutos e muito drama pessoal, De Volta ao Lar é o filme que os fãs queriam tanto ver. A trama, embora simplista, é eficiente. De Volta ao Lar também consegue se sustentar como filme próprio, evitando equívocos recentes de filmes do gênero cujo único propósito parece ser criar conexão com outras produções vindouras.
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