quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Culpa


Drama policial Culpa (The Guilty, Dinamarca, 2018) de Gustav Möller se apresenta curioso e inteligente, com uma trama modesta mostrando uma noite tensa de um atendente do "190" dinamarquês. Apesar de algumas cenas provocar risos, o que mais chama a atenção é o suspense que o filme causa, devido seu literal estado de emergência.



Conforme o dicionário, culpa se refere à responsabilidade dada à pessoa por um ato que provocou prejuízo material, moral ou espiritual a si mesma ou a outrem. Não há termo mais pertinente para definir o sentimento que é abordado nesse interessante filme dinamarquês.

Na trama, o policial Asger Holm (Jakob Cedergren), que está acostumado a trabalhar nas ruas de Copenhaguem, é confinado à mesa de emergências, atendendo telefonemas, devido a um conflito ético no trabalho. Encarregado de receber ligações e transmitir às delegacias responsáveis, ele é surpreendido pela chamada de uma mulher desesperada, Iben (voz de Jessica Dinnage) tentando comunicar o seu sequestro sem chamar a atenção do sequestrador Michael (voz de Johan Olsen), que tem antecedentes criminais e luta pela guarda das crianças. Infelizmente, ela precisa desligar antes de ser descoberta, de modo que Asger dispõe de poucas informações para encontrá-la. Começa a corrida contra o relógio para descobrir onde ela está, para mobilizar os policiais mais próximos e salvar a vítima antes que uma tragédia aconteça.

A jovem Iben é sequestrada pelo ex-marido Michael,  Ameaçando-a com uma arma, ele a coloca dentro de um carro e começa a dirigir pela autoestrada, sem um destino preciso. Os filhos pequenos ficam em casa sozinhos. O filme nos deixa enclausurado com a câmera junto ao atendente, que sem ter muito o que fazer, acaba metendo os pés pelas mãos e sendo inconsequente em seus atos. Mostra também que o profissional que atende a chamados de emergência, carece de treinamento para exercer sua função.

A atuação de Jakob Cedergren acaba se destacando, pois ele tem o filme inteiro para si. A mixagem de som também se destaca, pois muito da ação da trama, ouvimos apenas em áudio telefônico. Assim, há muito espaço para a imaginação, tanto do público, quanto do personagem principal, que demonstra ter uma cabeça frágil para lidar com uma arma, seja ela de fogo, ou um mero telefone.

Veja o trailer de Culpa:

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