sábado, 28 de novembro de 2020

Era Uma Vez Um Sonho

 


Drama Era Uma Vez Um Sonho (Hillbilly Elegy, 2020) de Ron Howard, baseado no best-seller número 1 do New York Times escrito por J.D. Vance, retrata uma jornada de sobrevivência e triunfo ao acompanhar a história de uma família ao longo de três gerações. O filme me pegou num momento sentimental forte e me fez chorar copiosamente.

Na trama, o ex-fuzileiro naval e estudante de Direito, J.D. Vance (Owen Azstalos, quando jovem; e por Gabriel Basso, na idade adulta) vê seu sonho de conseguir o emprego ideal ser interrompido por uma crise familiar que o obriga a retornar para a cidade onde nasceu e encarar a complexa dinâmica de sua família apalache e a difícil relação com sua mãe (Amy Adams). Com as memórias marcantes da avó que o criou Mamaw (Glenn Close), J.D. embarca em uma jornada de autoconhecimento e aceitação das influências de suas origens em sua vida.

Quando a família Vance se muda para Ohio na esperança de viver longe da pobreza, o membro mais jovem do grupo cresce e se torna um estudante de direito na universidade de Yale. Um dia ele é obrigado a retornar para sua cidade natal e se depara com a dura realidade de sua família. Ao perceber a luta de sua família contra o racismo, abusos, alcoolismo e pobreza, o jovem logo descobre que esse estereótipo americano é superficial e está longe de parecer um sonho.

De fato, somos aquilo que vivemos em nosso ambiente familiar. Não é fácil ter sucesso na vida, e é muito relativo mensurar o que viria a ser sucesso e o que seria fracasso. Embora a história de Lindsay (Haley Bennett) seja pouco aproveitada, ela denota um pano de fundo interessante ao paradoxo do sonho americano. A entrega das atrizes Amy Adams e Glenn Close são dignas de indicação ao Oscar, inclusive de Maquiagem. Assim, muitas vezes o foco do filme fica nas coadjuvantes.

Na jornada de J.D., existe um elemento constante: o senso de não se sentir pertencente a algo. Quando jovem, enquanto ele passava férias com a família, ele ouvia dos outros garotos que aquele não era o lugar dele. Quando adulto, já estudante de Direito, ele não se enxerga no mundo da Ivy League (e seus jantares chiques, seu ambiente austero). O seu aprendizado pessoal, tendo em vista tudo o que ele experienciou, é o de que, para poder crescer, além de ouvir os conselhos da sua avó (o de que os estudos são a única porta para que ele tenha alguma chance na vida), ele precisa aceitar e abraçar as suas origens caipiras como parte daquilo que ele é. 

Com um roteiro duro e pesado que trata diretamente sobre responsabilidade emocional, escolhas e coragem. Cada um precisa fazer a sua vida e apesar de tudo, a família sempre vai ser nossa parte mais importante e o que importa no final.




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Isso! Comente! Faça um blogueiro feliz!

Compartilhar