quarta-feira, 16 de julho de 2014

Filme - Lunchbox


Na noite deste 16 de julho de 2014, fui com a esposa resgatar meu chip da oi e aproveitamos para ver uma sessão do cinema de arte com o filme indiano "Lunchbox", que ficou em cartaz justamente na semana em que ocorre reunião do BRICS em Fortaleza.
O filme é delicioso e mostra a qualidade oferecida pelo cinema da Índia fora de Bollywood, que apresentam situações que em muito se assemelham com o modo de vida brasileiro. Coprodução Índia, Alemanha, Estados Unidos e França, que conquistou prêmios em vários festivais na Ásia e também na Semana da Crítica, em Cannes 2013. É bom vez por outra fugir do estereótimo americano que domina o circuito comercial de cinema. Ponto negativo apenas para o áudio do filme que não estava lá essas coisas...
O filme apresenta o Mumbai Dabbawallahs, serviço de entrega de comida bastante conhecido em Mumbai, na Índia, que permite que os maridos comam comida caseira, durante o expediente de trabalho. Já foi inclusive objeto de estudo de Harvard por supostamente não cometer erros de entrega. No entanto, um dia, um erro na entrega faz com que uma pacata dona de casa chamada Ila (Nimrat Kaur) conheça Saaja Fernandes (Irfan Khan, consagrado ator indiano que atuou em "As Aventuras de Pi" (2012) e "Quem Quer Ser Um Milionário" (2008), que aqui também atua como produtor), um contador que está prestes a se aposentar.
Num mundo globalizado e capitalista, onde todos buscam possuir mais do que os outros, vemos que em atitudes simples, como uma troca de cartas, surgir uma amizade inesperada que pode ter um final supreendente. Juntos eles se ajudam mutuamente, e criam um mundo de fantasia a partir de mensagens trocadas através das embalagens usadas pelo Mumbai Dabbawallahs. O diretor estreante Ritesh Batra conduz muito bem a câmera e vai nos apresentando a rotina simples na vida dos dois personagens.
Ila desconfia estar sendo traída pelo marido e pensa em suicídio. Já Fernandes sofre com a perda da esposa e o fato de ter se tornado um homem solitário. Ila conta com a ajuda e incentivo de sua tia, que mora no andar de cima e funciona como alívio cômico do filme, assim como o substituto de Fernandes na repartição e um colega que senta na mesa ao lado que tem aparições ilárias curiando a vida alheia...
Dizem que o caminho para o coração passa pelo estômago. Não à toa o peixe morre pela boca... Uma pitada de felicidade não faz mal a ninguém e o trem errado às vezes acaba levando para a estação certa... O filme flui naturalmente até o momento em que eles decidem se conhecer pessoalmente, e aí eu não posso estragar sua experiência de ver esse belo filme... O final me deixou muito satisfeito, mas minha esposa ficou confusa, pois queria ver o casal vivendo juntos no Butão... Recomendado. Nota: 9,0/10,0.

Segue trailer:

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