segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Meu Nome é Sara


Drama de guerra baseado em fatos reais Meu Nome é Sara [My Name is Sara, Estados Unidos, 2019], de Steven Oritt, se mostra necessário ao retratar o sofrimento na vida de Sara Góralnik, uma polonesa, judia, cuja família inteira foi morta pelos nazistas quanto ela tinha apenas 13 anos de idade em setembro de 1942. Infelizmente uma onda nazista tem ganhado força com a atual política neoliberal, especialmente aqui no Brasil onde um nazismo cristão tem se levantado contra a dignidade de muitos.


Sara Góralnik (Zuzanna Surowy) é uma judia polonesa de 13 anos que depois de fugir para a Ucrânia, usando a falsa identidade cristã, roubada de uma amiga, ela é acolhida por um casal de fazendeiros Pavlo (Eryk Lubos) e Nadya (Michalina Olszanka) em uma pequena vila.  Ela escapa com o irmão, Moishe (Konrad Cichon), de sua cidade natal, Korets (na época, Polônia), em 1942. A dramática tarefa de sobreviver rapidamente se impõe e ela percebe que sozinha poderá ter mais chances. Acolhida numa família ucraniana, ela logo descobre os segredos sombrios do casamento de seus empregadores. Ela trabalha duro na casa e na cozinha, além de cuidar das crianças da família. Tratada como bicho, dorme no estábulo e vive com medo dos olhares lascivos do patrão, um homem rude e bruto até com a própria esposa.

Tudo parece correr bem para o recomeço de Sara, mas ela descobre que seus novos amigos possuem segredos sombrios e, para manter seu disfarce e sobreviver, ela terá que lidar com toda a tensão da situação. O roteiro de David Himmelstein constrói uma espécie de solidariedade entre as mulheres oprimidas, num tempo e lugar em que a condição feminina era de todos os modos muito vulnerável.
Por mais que o filme se pareça com mais uma dentre tantas histórias de fugas passadas no período do Holocausto, na verdade, se trata mais de um drama angustiante, de pressão psicológica, do que de uma narrativa de bravura.

Talvez pela experiência do diretor em documentários, temos um realismo surpreendente nas cenas do longa. especialmente ao mostrar os confrontos dos civis ucranianos com os ocupantes nazistas, não contemporizando sobre a dureza de viver naquela época. No final da projeção, nos emocionamos com imagens da verdadeira Sara e alguns relatos de como foram os anos seguintes de sua vida.

Destaque-se a atuação da jovem atriz, que impressiona como protagonista, sustentando com grande energia, não raro apenas em sua poderosa expressão facial, todo o drama humano desta menina, obrigada a despir-se de todo e qualquer traço infantil para pura e simplesmente sobreviver nas condições mais hostis. O ponto negativo, é o fato do longa ter sido filmado na Polônia, mas ser falado em inglês, o que facilita sua circulação internacional, mas representa um falha em seu realismo, tão nítido em outros aspectos da produção.

Veja o trailer de Meu Nome é Sara:

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