Drama peruano Canção Sem Nome [Canción Sin Nombre, 2019] de Melina León possui uma alta qualidade artística, para abordar um tema relevante que é a realidade social e política do Peru dos anos da guerrilha comandada por Sendero Luminoso, onde crianças ainda bebês recém nascidas eram roubadas de seus pais ao nascerem.
O filme foi selecionado pela Quinzena de Realizadores de Cannes. Embora não seja um épico histórico, ele constitui-se como um drama íntimo, de base documental. Sua protagonista, Georgina (Pamela Mendoza) interpreta uma jovem vendedora ambulante de origem indígena, migrante que deixara sua Ayacucho natal, para viver na periferia de Lima. Grávida, ela procura uma clínica para ter seu bebê. Nasce uma menina, que desaparece do berçário da “falsa” clínica que ela recorreu ao serviço na hora do parto. Desesperada, Georgina sai em busca da filha. Bate em muitas portas, em vão. Até que encontra um jornalista, Pedro Campos (Tommy Párragas), empenhado, apesar de todos os riscos, em denunciar desaparecimento de crianças, muitas vezes usadas por traficantes de órgãos.
Aos poucos, eles descobrem que o local serve como disfarce para um esquema de tráfico de bebês. O projeto é certamente muito ambicioso ao embarcar no suspense policial apenas para desprezar as regras do gênero rumo ao final, encaminhando a trama para rumos sombrios. A fotografia em preto e branco corrobora para o clima subversivo criado. Pamela Mendoza, atriz não profissional, se sai muito bem no papel. Filme interessantíssimo, de um cinema nem tão acessível, o peruano.
Segue trailer de Canção Sem Nome:
Canção Sem Nome
Canção Sem Nome Trailer Original
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