Drama nacional baseado em fatos reais registrados no Best-seller de Klester Cavalcanti, vencedor do Prêmio Jabuti 2006, O Nome da Morte (Brasil, 2017) de Henrique Goldman apresenta a biografia de um pistoleiro, que num país sem impunidade, construiu uma carreira como matador de aluguel.
Júlio Santana (Marco Pigossi) é um jovem que vive com a família no interior do Brasil. Homem caridoso é um orgulho para os seus pais. Homem carinhoso, Júlio se casa com Maria (Fabiula Nascimento). No entanto, ele esconde outra identidade sob a fachada exemplar: ele é um assassino profissional responsável por 492 mortes. Por lealdade ao tio Cícero (André Mattos) Júlio mata pela primeira vez e descobre então uma perturbadora vocação que irá se transformar em ofício. Por ser religioso, ele é atormentado a cada disparo, mas segue adiante enquanto vive um mergulho num país sem lei, onde cada vida tem seu preço, mas nenhum valor.
Depois de matar, Júlio Santana reza dez ave-marias e vinte pai-nossos para pedir perdão, pois tem medo de acabar no inferno. Júlio Santana mata por ofício, uma profissão que aprendeu em família, com seu tio que lhe passou esse trabalho aos 17 anos. Uma cena ao som de rock roll dos dois dentro de um carro é fabulosa.
O roteiro de George Moura desenvolve muito bem cada personagem, especialmente o principal que transita numa linha tênue, de um vilão com pinta de mocinho. A direção de Henrique Goldman se mostra segura, ele que estreou no competente Jean Charles (2009).
O grande mérito do filme, é ser realista na questão da violência que assola nosso país, bem como tocar na ferida da corrupção policial que é tão grande quanto a política e apresentando inclusive a relação que existe entre a prosperidade financeira e a prática religiosa, evidenciada numa cena marcante ao som de Como Zaqueu de Regis Danese. Merece ser visto, apreciado, debatido e analisado.
Segue trailer de O Nome da Morte:
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