Épico Planeta dos Macacos - A Guerra (War for the Planet of the Apes, Estados Unidos, 2016) de Matt Reeves, baseado no livro La Planète des Singes, de Pierre Boulle, fecha com louvor a excelente trilogia Planeta dos Macacos, que contou com o excelente A Origem (2011) e o mediano O Confronto (2014), num filme que dentre muitas qualidades, consegue transitar entre gêneros, tem várias referências bíblicas, e consagram definitivamente Andy Serkis como o melhor ator de captura de movimentos.
As frases iniciais resumem de modo simples e direto os acontecimentos dos filmes anteriores. César (Andy Serkis) e seu grupo são forçados a entrar em uma guerra contra um exército de soldados liderados por um impiedoso coronel McCullough (Woody Harrelson) ao serem atacados onde vivem. Depois de uma traição, os macacos sofrem perdas inimagináveis, e César luta com seus instintos mais sombrios e planeja sua própria vingança. Dessa jornada, o futuro do planeta poderá estar em jogo.
O filme é centrado na comunidade dos macacos, que levam uma vida baseada no apoio mútuo, na valorização da família e de princípios de união, para que possam se manter e permanecer fortes. São cativantes os momentos que mostram a rotina dos macacos. Apesar do filme tentar não ser maniqueísta, o público torce para os primatas, que são bem mais humanos que os humanos do filme.
A jornada dos macacos é longa, e a sobriedade do roteiro ajuda a construir a tensão necessária que o filme transpassa, especialmente no primeiro ato. No segundo, tudo indica estarmos diante de mais um filme de vingança, mas no fim vemos que nos deliciamos com uma bela história de fuga. Assim, o longa transita bem entre gêneros como ação, drama e suspense, sem perder o fio da meada. O alívio cômico com o personagem interpretado por Steve Zahn rende bons momentos que quebram um pouco o tom sombrio e denso do filme.
O sacrifício de César em prol dos macacos, bem como a fidelidade dos seus seguidores, nos remete claramente ao maior líder que a humanidade já teve. A cena da crucificação (em X) de César nos remete ao maior ato de amor que a humanidade já viu. As peregrinações dos primatas, também nos lembram de um outro evento bíblico, o Êxodo e o grande líder que foi Moisés, que assim como César, não desfrutou da terra prometida. Terminei o filme com lágrimas nos olhos.
Andy Serkis, que já merecia um Oscar desde o Gollum de O Senhor dos Anéis (2001). Os efeitos especiais do filme estão muito bons. A fotografia é prejudicada em função do 3D, que apesar de bem utilizado, é dispensável. A direção de Reeves é segura e apesar de extenso, o ritmo do filme é agradável, dosando os momentos de ação com a história que está sendo contada. É uma das, senão a melhor trilogia dos últimos anos, que se encerra (ou não) com chave de ouro.
Confira o trailer de Planeta dos Macacos - A Guerra:
Desde o primeiro filme, quando fomos apresentados ao personagem César, de Andy Serkis, já era perceptível que ele e sua história eram algo muito especial, não tão diferente da grandeza que já vimos antes em diferentes formas na clássica franquia. Eu amo os filmes como este, também recomendo assistir Professor Marston e as Mulheres Maravilha, este filme é um dos melhores filmes de 2017 que estreou o ano passado. É impossível não se deixar levar pelo ritmo da historia. Amei que fez possível a empatia com os seus personagens em cada uma das situações. Sem dúvida a veria novamente, achei um filme ideal para se divertir e descansar do louco ritmo da semana.
ResponderExcluir