Ação de espionagem Atômica (Atomic Blonde, Estados Unidos, 2016) de David Leitch, baseado na HQ The Coldest City, de Antony Johnston e Sam Hart, apresenta uma agente secreta nos dias que antecedem a queda do muro de Berlim, em novembro de 1989, para investigar o assassinato de um colega (que era seu amante) e recuperar um relógio com uma lista de agentes secretos. O filme é muito bem ambientado historicamente, tem um visual arrebatador, cenas de ação de tirar o fôlego e uma trilha sonora para ser ouvida em looping.
Lorraine Broughton (Charlize Theron), é uma belíssima agente disfarçada do MI6, que é enviada para Berlim durante o final da Guerra Fria para investigar o assassinato de um oficial e recuperar uma lista perdida de agentes duplos que não pode ser descoberto pelos russos da KGB. Ao lado de David Percival (James McAvoy), chefe da localidade, a assassina brutal usará todas as suas habilidades nesse confronto de espiões. É inevitável não comparar este longa com os filmes do Jonh Wick, personagem de De Volta Ao Jogo (2014) co dirigido por Leitch em sua estreia, onde o protagonista praticamente não apanha ou se suja em suas lutas, vemos a personagem principal de Atômica levando surra o tempo todo, à ponto de ter quebrado dois dentes durante as gravações.
O diretor David Leitch fez carreira como dublê em clássicos filmes de ação como Blade, o Caçador de Vampiros (1998), Matrix Revolutions (2003) e O Ultimato Bourne (2007). Então as sequências de ação, são muito bem planejadas e realizadas. O elenco principal está fabuloso, com a vencedora do Oscar® Charlize Theron dando um show à parte, esbanjando sensualidade e brutalidade em cenas fortes, picantes, expondo inclusive seu corpo, mas sem banalidade. James McAvoy merece um reconhecimento maior, pela constância de suas boas atuações. ele que quebrara a mão durante as filmagens de Fragmentado (2016), mas teve que fazer as filmagens, inclusive com o braço no gesso, o que foi bem aproveitado no filme. Os coadjuvantes também estão bem, destaque para Sofia Boutella, Toby Jones e John Goodman.
A trama de espionagem é crível, e a montagem de Elísabet Ronaldsdóttir colabora para entendermos a história que está sendo contada. O roteiro contribui muito nesse sentido, assim como o design de produção, e a "furiosa" paleta de cores da fotografia de Jonathan Sela que consegue criar um visual noir, embora se utilize cores fortes, como o azul e o vermelho, criando até uma metáfora do cenário da Guerra Fria. Destaca-se também o impacto visual das cenas de ação, muitas delas em plano sequência.
Embora a trilha incidental de Tyler Bates, o mesmo de Guardiões da Galáxia (2014) seja boa, o que se destaca é a playlist do filme, que se destaca nas cenas de violência e conta com nomes como New Order, David Bowie, Public Enemy, George Michael, The Clash, Queen, Nena entre outros. O uso da trilha nos remete ao recente Em Ritmo de Fuga (Baby Driver, 2017), com a trilha fazendo parte do que está sendo mostrado em tela. Father Figure do George Michael, London Calling do The Clash, 99 Luftballons da Nena e Under Pressure do Quenn e David Bowie são importantes no desenrolar da trama. Como além de estrelado, é produzido pela Charlize Theron, espero que Atômica vire uma franquia, e apresente outras aventuras dessa espiã que é uma versão feminina de uma mistura entre Jason Bourne e James Bond.
Veja trailer de Atômica:
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