sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Filme: Os Suspeitos

Na tarde do dia 25 de outubro de 2013, estive no UCI Cinemas do Shopping Iguatemi para ver o "Os Suspeitos".

O filme aborda uma questão importantíssima, o desaparecimento de crianças. Sou pai de um garoto de dois anos e meio, e me imaginei na situação das famílias apresentadas no filme. O desespero é latente, e algumas questões sensíveis são abordadas ao longo dos 146 minutos de projeção, a pricipal delas, a justiça.
O longa apresenta Keller Dover (Hugh Jackman) leva uma vida feliz ao lado da esposa Grace (Maria Bello) e os filhos Ralph (Dylan Minnette) e Anna (Erin Gerasimovich). Um dia, a família visita a casa de Franklin (Terrence Howard) e Nancy Birch (Viola Davis), seus grandes amigos. Sem que eles percebam, a pequena Anna e Joy (Kyla Drew Simmons), filha dos Birch, desaparecem. Desesperadas, as famílias apelam à polícia e logo o caso cai nas mãos do detetive Loki (Jake Gyllenhaal).

O filme se passa em Boston, Estados Unidos, mas poderia ser em qualquer lugar do planeta, embora aqui no Brasil e em muitos lugares não haja tanto empenho em encontrar uma criança desaparecida. No filme, um detetive e praticamente toda a polícia do Estado estão à disposição para trabalharem na procura das garotas desaparecidas.

Não demora muito para que o detetive prenda Alex (Paul Dano), que fica apenas 48 horas preso devido à ausência de provas contra ele. Alex na verdade tem o QI de uma criança de 10 anos e, por isso, a polícia não acredita que ele esteja envolvido com o desaparecimento. Entretanto, Keller está convicto de que ele tem culpa no cartório e resolve sequestrá-lo para arrancar a verdade dele, custe o que custar.

O filme embarca então no drama psicológico dos pais, em especial Keller, que se dedica exclusivamente a procurar sua filha, tendo que enfrentar o alcoolismo e os efeitos da privação do sono. Keller busca fazer justiça com as próprias mãos, e ao ser ver, contando inclusive com a benção divina, uma vez que o mesmo se mostra religioso.

O livro de Eclesiastes fala acerca da justiça divina. "Pois Deus trará a julgamento tudo o que foi feito,
inclusive tudo o que está escondido, seja bom, seja mau." No entanto, Keller mesmo se mostrando cristão, possui essa falha de caráter e age como que por instinto animalesco, de um ser pecador como o ser humano na busca de satisfazer o seu sentido de justiça. O pior é que o filme nos induz a torcemos por ele.
Assim, o que se entende por moral cristã é colocado à prova neste filme. O diretor canadense Denis Villeneuve mostra domínio do que está sendo mostrado. A duração da fita, não é à toa. Faz parte do necessário teste de paciência, para o desfecho surpreendente da história, o qual não convém revelar.

Apesar destas qualidades, o filme tem alguns defeitos de roteiro, que comprometem um pouco a história. Algumas pontas não foram fechadas e o final em aberto, após uma surpreendente reviravolta, deixa o espectador reflexivo, de modo que nós venhamos a imaginar o desfecho da história. O vilão, somos nós mesmos, seres humanos pecadores, dúbios e cheios de mazelas. O título deveria ser "Os Prisioneiros" não essa tradução horrenda. Recomendo: 7/10.

Vejam o trailer:

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