segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

A Dama e o Vagabundo


Live action A Dama e o Vagabundo (2020) de Charlie Bean, baseado na história da revista Cosmopolitan de "Happy Dan, The Cynical Dog", de Ward Greene, atualiza a versão animada do clássico de 1955, que conta a história de amor entre a Dama, uma cocker spaniel mimada, e um vira-lata chamado Vagabundo, que salva a cadelinha do perigo de vagar sozinha perdida pelas ruas.

A qualidade técnica do filme surpreende quem o vê despretensiosamente pelo carisma da produção e a cativante história de amor dos cães. Atualiza a história para a nova geração e tem a cara do streaming. A refilmagem é uma produção mais singela e com orçamento menor do que as re-visitas aos clássicos destinados ao cinema. O que não compromete o resultado, uma vez que o diretor Charlie Bean não se mostra interessado em um uso excessivo de computação gráfica. Utiliza os efeitos visuais pontualmente e sempre em prol da narrativa, quando pode, coloca os verdadeiros astros em cena. O elenco canino.

As mudanças propostas são bem vindas, novas sequências são adicionadas e erros do passado são apagados, como por exemplo, a nova sequência dos gatos siameses da Tia Sarah (Yvette Nicole Brown), que corrige a representação racista e estereotipada de asiáticos. As novidades também são bem vindas, temos uma breve e linda sequência sobre o passado do Vira-lata, que diz muito sobre a sua maneira de ver a vida e melhora seu arco narrativo. Além disso, o filme apresenta um elenco diverso, com seu núcleo humano tendo um casal principal Querido Jim (Thomas Mann) e Querida (Kiersey Clemons) onde uma mulher negra é casada com um homem branco, algo que o racismo da época não permitiria e portanto um esforço importante e bem vindo da produção. Por mais que eles não se destaquem na trama, vale a intenção,

Dama (Tessa Thompson) é uma cocker spaniel de uma família rica, ela é o centro do universo para o casal. Com a chegada do bebê Dama sente perder importância e teme por seu lugar na família. Ela acaba conhecendo um vira-lata sem nome, malandro acostumado a viver nas ruas apelidado pelos amigos de Vagabundo (Justin Theroux). Após um incidente, Dama e o Vagabundo acabam passando um dia juntos e se conhecendo melhor. Assim como no original, a obra apresenta a vida confortável, pacata e segura da alta sociedade. As contrapondo com as dificuldades de quem precisa se valer da malandragem para sobreviver. A denúncia e crítica da diferença de classes sociais está presente e funciona. Ainda que o filme amenize todo o discurso e mensagem sobre a dicotomia de classes.

O vilão é dono da carrocinha (Adrian Martinez) que apesar de uma interpretação mais caricata e divertida é o vilão malvado tradicional que nutre um ódio sem explicação pelo Vagabundo. O destaque dos seres humanos é a dupla F. Murray Abraham e Arturo Castro. Eles são responsáveis por trazer na nova versão a cena mais icônica da animação, e são muito bem sucedidos. É perceptível o cuidado que a produção teve com essa sequência que funcionou tão bem quanto na original. É uma ótima performance da canção clássica “Bella Notte”, que por si só já vale o filme.

Veja o trailer de A Dama e o Vagabundo:



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