Na noite do dia 26 de maio de 2014, vi com o
Márcio Oliveira do
Calango Nerd, o melhor filme de 2014, "X Men: Dias de Um Futuro Esquecido", que me fez relembrar bons momentos vividos no cinema num "Passado NÃO Esquecido". Vi o primeiro longa dos mutantes, no Cine São Luiz, quando ainda era um jovem Ronald Luis, saindo de minha adolescência...
Conseguir unir as 2 fases da franquia X-Men, já seria um feito e tanto, mas resgatar todos os filmes já realizados, com referências a cada um deles e fazer um reboot da franquia, com inúmeras possibilidades futuras, é um feito pelo qual serei eternamente grato a Bryan Singer. Ele consegue ao mesmo tempo ser umacontinuação e um
prequel dos outros filmes. Fiquei com vontade imediata de rever "X-Men – O filme" (2000), "X-Men 2" (2003), "X-Men – O Confronto Final" (2006), "X-Men Origens: Wolverine"
(2009), e "X-Men: Primeira
Classe" (2011), pois todos fazem parte do escopo de "X Men: Dias de Um Futuro Esquecido" (2014) e todas as dúvidas que existiam com os filmes anteriores, podem ser respondidas com este novo longa da franquia. Isso sem falar nos personagens que haviam morrido e agora estão devidamente ressuscitados. Gosto muito da trilogia original e do "X-Men: Primeira
Classe" (2011). "Wolverine: Imortal" (2013) não faz parte do contexto deste novo filme.
Logo no início, já somos jogados na ação ao vermos que num futuro próximo (2023), os mutantes são caçados impiedosamente pelos Sentinelas,
gigantescos robôs criados por Bolívar Trask (Peter Dinklage, o querido Tyrion de Game Of Thrones). Os poucos mutantes
sobreviventes precisam viver escondidos, caso contrário serão também
mortos. Entre eles, estão o professor Charles Xavier (Patrick Stewart),
Magneto (Ian McKellen), Tempestade (Halle Berry), Kitty Pryde (Ellen
Page) e Wolverine (Hugh Jackman), que buscam um meio de evitar que os
mutantes sejam aniquilados.
O único meio encontrado para salvar a espécie, é Kitty Pryde enviar a consciência de
Wolverine, em uma viagem no tempo, rumo aos anos 1970, após os acontecimentos de "X-Men: Primeira
Classe" (2011) com objetivo impedir que usem o DNA da Mística, salvando o empresário industrial Trask da morte provocada pela Raven Darkholme, a Mística (Jennifer Lawrence oscarizada, que recebe destaque no filme, tal qual Halle Berry em "X-Men 2" (2003), com intuito mercadológico de angariar público). O objetivo é evitar a criação das Sentinelas e assim evitar a extinção total que os mutantes vem sofrendo desde os acontecimentos de "X-Men – O Confronto Final" (2006). Assim, Bryan Singer consegue de forma genial unir as 2 fases da franquia. Professor Xavier diz a Wolverine,
“Você vai ter que fazer por mim o que eu já fiz por você”.
Quando a consciência de Wolverine retorna ao passado, ocupa o
corpo do Wolverine da época (ainda sem
adamantium), sendo que ele surge em tela sem roupas num apartamento, até porque ele estava dormindo ao lado
de uma mulher e em sua fala aos homens que querem lhe pegar ele diz: -"Vocês acreditariam se eu dissesse que
sou do futuro?" nos remetem a franquia "Exterminador do Futuro". Wolverine parte então à procura os ainda jovens Xavier (James
McAvoy) e Magneto (Michael Fassbender) para que juntos, impeçam que
este futuro trágico para os mutantes se torne realidade.
Convencer Xavier é uma tarefa complicada, pois Wolverine é conhecido por sua impaciência. Quando ele chega ao
Instituto Xavier para Estudos Avançados, se depara com um Xavier irreconhecível. Hank McCoy, o Fera (Nicholas Hoult) lhe devolveu as pernas, mas custou-lhe sua telepatia. Com isso, temos cenas cômicas, como quando Fera pergunta a Wolverine se estava vivo no futuro? E recebe um sincero não como resposta, e com Pietro Maximoff, o Mercúrio (Evan Peters), personagem que rouba a cena quando surge em tela, especialmente na cena de resgate ao Magneto que se passa numa cozinha em meio a um tiroteio, e é superior a melhor cena da franquia até então: a invasão à Casa Branca pelo Noturno em "X-Men 2" (2003)... De tirar o fôlego, e embalada por uma excelente trilha sonora. Pra terminar de explodir a cabeça, no final da cena, Mercúrio pergunta a Magneto: “Você manipula o metal, né? Minha mãe namorou um cara assim também! Já ouviu falar dele?” Sensacional. É o primeiro elo de união com os demais filmes da Marvel, pois nas cenas pós créditos de "
Capitão América 2: O Soldado Invernal" vemos o Mercúrio em tela...
Noutro momento, vemos o jovem Xavier vai ao futuro (na mente do
Wolverine) e tendo uma conversa com seu eu mais velho, me deixou sem
palavras ao renovar as esperanças do jovem que ainda estava traumatizado
pelo tira que havia levado. Assim, ele passou a saber lidar com
a questão do sofrimento humano e aceita a condição de cadeirante. Que diálogo! "
Eu não quero o seu sofrimento, eu não quero o seu futuro!"
O plano inicial funciona, acontece que a alteração feita no passado, provoca uma série de novos acontecimentos, inclusive com a Mística insistindo em matar Trask. Então, Wolverine permanece no passado para ajudar Xavier e os mutantes de outra forte ameaça rotineira dos X-Men, o Magneto. Em "X-Men: Primeira
Classe" (2011), Magneto ergue um submarino, aqui em "X Men: Dias de Um Futuro Esquecido" (2014) ele chega a levantar um estádio inteiro pra cercar a Casa Branca. Em tempos de #NãoVaiTerCopa, ver uma cena dessas nos cinemas é tenso.
Assim, o roteiro de Simon Kinberg merece todos os méritos da grandeza desse longa. O ritmo do filme é extremamente agradável, a montagem de John Ottman
alternando entre passado e futuro é corretíssima. Ambos merecem ao menos indicações a prêmios. Os efeitos especiais da Ironhead Studios estão muito bem em tela, principalmente nas cenas dos Sentinelas e seus incríveis poderes e na já citada cena do Mercúrio, especialmente o trecho em câmera lenta. Não há necessidade de ser visto em 3D. Todos os atores estão bem em seus papéis, seria injusto em elogiar apenas o trabalho de um ou de outro, até porque a trama favorece alguns em detrimento dos demais.
Outro ponto que merece destaque, é que os filmes dos X-Men sempre apresentam situações verídicas, neste caso, cito a bala que matou o ex-presidente americano John Kennedy, a preocupação com Oppenheimer como parte de alguns detalhes do mundo real, que dão maior veracidade para a história apresentada. Um Blockbuster que sabe combinar entretenimento com conteúdo é algo raro! Já está em minha lista de melhores de 2014, se não for definitivamente o melhor.
Após as cenas pós créditos, "X-Men: Apocalypse"será o filme mais agurdado dos próximos anos 2 anos. Que venha 2016 e não pelas Olimpíadas no Rio, e sim para estréia do novo longa dos X-Men. Altamente Recomendado. Nota: 10,0/10,0. Parabéns também a Fox pelo excelente trabalho de divulgação e marketing, colocando inclusive uma réplica da Mística no principal cinema de Fortaleza.
Segue trailer: