quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Todo Dia a Mesma Noite



Mini-Série Todo Dia a Mesma Noite (2023) ficção roteirizada por Gustavo Lipsztein e dirigida por Júlia Rezende, baseado na obra de Daniela Arbex, apresenta em cinco capítulos o fatídico incêndio na boate kiss em Santa Maria (RS), ocorrido em 2013, após uma série de falhas de segurança, provocando a morte de 242 pessoas. 

A trama parte do momento do acidente, com as histórias de alguns dos impactados por ela em diferentes pontos de vista, como o trabalho das equipes de resgate, as consequências para os sobreviventes e a negligência dos empresários da organização da boate. A mini-série ficcional enfatiza a luta das famílias das vítimas, que seguem em busca de justiça até hoje - uma década depois.

O elenco está muito bem em cena, tocante atuação de artistas como Paulo Gorgulho, Debora Lamm, Bianca Byington e Raquel Karro, mas cabe aqui um destaque de como deve ter sido difícil as filmagens na cidade, com a participação de figurantes. É de partir o coração, ver todo o desenrolar da história, onde em determinado momentos, os pais são os culpados por cobrarem das autoridades justiça, fazendo com que aquela noite de 2013, em que 242 jovens perderam a vida na Boate Kiss, ainda se repete para sobreviventes e familiares. 

Dos 28 indiciados por envolvimento direto e indireto na incêndio – entre donos da boate, integrantes da banda, funcionários da prefeitura e até bombeiros –, apenas quatro pessoas foram levadas à julgamento, condenadas, porém, com uma manobra de advogados, conseguiram habeas corpus e estão soltas.

Na produção, temos personagens de outros estados, dando a dimensão de que Santa Maria abrigava pessoas de diversos locais, e também compila as histórias de outros sobreviventes da tragédia, para conseguir mostrar vários pontos importantes da trajetória de quem vivenciou os dramas daquele incêndio.

Além de acompanhar a saga dos pais das vitimas que criaram a Associação de Familiares de Vítimas de Sobrevivente da Tragédia de Santa Maria, vemos alguns sobreviventes, que precisam se adaptar a sua nova realidade, com a ausência da perna, cicatrizes pelo corpo, além das dores física e psicológica. Não foi fácil para estes que tanto sofreram, tentar se reconectar com a sociedade e aceitar a sua nova aparência, enquanto pessoas próximas se afastam e uma nova rede de amizade surge. 

Uma obra necessária, seja por memória (para que o ocorrido não caia no esquecimento), seja por justiça (ela tarda, mas não falha), e principalmente para que não se repita (que sirva de aprendizado). Impossível não sentir empatia. A impunidade já completou 10 anos!

Veja trailer de Todo Dia a Mesma Noite:



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